A discussão sobre a possibilidade da inclusão de novas denúncias dentro do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff – que está sendo analisado em comissão especial na Câmara dos Deputados – criou divergências no colegiado, nesta última segunda-feira, 21.
As questões de ordem foram levantadas contra e a favor da inclusão no processo, por exemplo, da delação premiada do senador Delcídio do Amaral (sem partido/MS), que fala do envolvimento da presidente Dilma nos esquemas de corrupção investigados pela Operação Lava-Jato da Polícia Federal.
O vice-líder do PSD, deputado Paulo Magalhães (BA) defendeu que as ações deveriam ser balizadas com base no processo legal. “Não podemos politizar o processo e temos que seguir um rito. A lei e o Supremo [Tribunal Federal] já estabeleceram que não se pode aditar nada, ao contrário, podemos fazer diligências para comprovar fatos”, defendeu Magalhães.
O deputado Evandro Roman (PR) disse que todas as denúncias relacionadas à responsabilidade da presidente deveriam ser apuradas pelo colegiado. “Tudo deveria ser analisado para que, ao final dos trabalhos, não cheguemos a um entendimento de que a ação foi leve ou branda”, afirmou.
Já o deputado Irajá Abreu (TO) posicionou-se contrário ao acréscimo de novas denúncias ao processo. “Deveríamos nos concentrar no objetivo fim da comissão que é a questão da lei de responsabilidade fiscal. Ampliarmos o debate para questões que não estão no escopo da comissão proposta e aprovada é perder o foco”, pontuou Irajá.
As questões de ordem foram acolhidas pelo presidente da comissão especial, deputado Rogério Rosso (DF), que só se posicionará após reunião com a consultoria técnica e jurídica da Câmara.