O Projeto ArteSesc desembarca em Paraíso do Tocantins no fim deste mês para uma viagem histórica. Entre 29 de abril e 26 de maio, a população poderá conferir, gratuitamente, a exposição “Carlos Vergara Viajante: Experiências de São Miguel das Missões”, no hall do Palácio da Cultura Cora Coralina. A abertura da mostra está marcada para 29 de abril, às 19h. A ação é uma parceria do Sesc com a Prefeitura da cidade. O horário de visitação é das 8h às 12h e das 14h às 18h.
ArteSesc é uma realização do Departamento Nacional do Sesc e existe desde 1981. “O grande objetivo é divulgar a produção nacional e dar acesso a obras de relevância para a história da arte brasileira”, pontuou o promotor em Artes Visuais do Sesc Tocantins, Vone Petson. A ação democratiza as artes visuais do país, não se limitando aos grandes centros, pois o Sesc adquire acervos e faz com que eles circulem em suas unidades nos estados brasileiros, promovendo intercâmbio e diálogos com o público, artistas locais e profissionais da arte.
Nesta mostra, o artista plástico Carlos Vergara apresenta seus olhares da cidade gaúcha de São Miguel das Missões, onde está o Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo. A exposição é um diálogo entre sua obra contemporânea e as ruínas jesuítas. O artista plástico chegou a fixar residência no local para relembrar a experiência das missões jesuíticas, que tinham como objetivo catequizar e civilizar a população indígena.
A intenção de Vergara era mostrar um cenário onde conviviam diferentes formas de crenças, culturas e civilizações. Como visões de mundo totalmente diferentes viveram naquela região? Como eles se relacionavam, visto que os jesuítas queriam criar uma sociedade nova, com a imposição da fé cristã e do pensamento europeu, mas dando espaço para a existência da cultura guarani? Essa confluência de tempos e olhares é retratado nesta mostra, composta por cinco monotipias (impressão em tecidos), um vídeo, duas pinturas e seis fotografias em 3D (montagens).
Vergara
Carlos Vergara é gaúcho de Santa Maria. Nascido em 1941, foi para o Rio de Janeira na década de 1950, quando trabalhou como analista de laboratório. Como segundo ofício, dedicava-se ao artesanato de joias, quando em 1963 descobre o desenho e a pintura, após ter joias expostas na Bienal Internacional de São Paulo.
Participou da mostra Opinião 65, um marco na história da arte brasileira, uma ruptura com a arte abstrata do passado, e o despertar de uma nova arte, realista, feita por jovens. Cenógrafo, figurinista de peças teatrais, realizou trabalhos no carnaval carioca e nas áreas de fotografia, arquitetura, pintura, vídeos, entre outros.
Além de Paraíso, a exposição vai passar por Gurupi e Porto Nacional, sem datas definidas.