Um dos temas mais discutidos no 4º Encontro de Capacitação do Selo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) Município Aprovado edição 2013-2016, que acontece em Palmas, é a prevenção e o combate ao mosquito Aedes Aegypti, vetor responsável pela transmissão da dengue, zika e chikungunya. O evento discute planos de ação voltados para metas do Selo Unicef Município Aprovado que tem como estratégia o fortalecimento de políticas públicas ligadas à promoção e defesa dos direitos de crianças e adolescentes.
Por se tratar de justificativa para a decretação de situação de emergência nacional e internacional em razão da disseminação do vírus transmissor da zika e da possível casualidade entre o vírus e a ocorrência de microcefalias no País, o assunto reforçou os debates nesta última terça-feira, 3.
Sobre este assunto, o coordenador do Escritório Unicef na Amazônia, Fábio Atanasio Morais, explicou que “a microcefalia está estabelecida como emergência mundial. A nossa presença como Unicef, instituição líder na realização de ações voltadas para o direito da criança e do adolescente, tem se dado fundamentalmente por conta da questão da microcefalia que acomete bebês a partir da infecção em mulheres grávidas. Daí a nossa preocupação em trazer à tona e em mobilizar as pessoas, oferecer e discutir formas de proteção, de cuidados para que a gente consiga evitar que este tipo de transtorno ocorra. E uma vez que esta situação se estabeleça, que a gente crie situações que possam lidar com essas crianças que forem diagnosticadas com a microcefalia. Pensando em acompanhamento, tratamento, o cuidado necessário e entendendo que essas crianças também são sujeitos de direitos”, completou.
Na ocasião, a gerente estadual da área de Dengue, Febre Amarela e Chikungunya, Christiane Bueno, apresentou um panorama do cenário epidemiológico das doenças no Tocantins. “Contamos com vocês como nosso elo, nosso braços e pernas nos municípios. Vocês, como articuladores locais, precisam pensar junto com os agentes de endemias em como fazer ações in loco com a colaboração dos moradores”, explicou.
A gerente aproveitou para esclarecer fluxos e quais os gargalos que ainda interferem no trabalho de vigilância contra o mosquito. “A subnotificação ainda é uma realidade. Estimamos que para cada caso notificado de dengue exista nove que não foram notificados”, explicou, acrescentando que a rotatividade de profissionais e o uso inadequado de protocolos e fluxos nos serviços de saúde interferem nos resultados esperados para o trabalho de prevenção, combate e vigilância de doenças vetoriais.
A diretora estadual de Doenças Vetoriais e Zoonoses, Mary Ruth Glória, esclareceu dúvidas dos técnicos municipais e reforçou a importância da colaboração mútua entre diferentes setores no trabalho articulado em prol da prevenção e combate ao mosquito Aedes aegypti para atingir metas na redução de casos de doenças vetoriais.
Selo Unicef
O selo é uma certificação internacional de qualidade conquistada por municípios inscritos que cumprem uma série de metas baseadas nos objetivos do milênio da Organização das Nações Unidas (ONU). Trabalha com políticas públicas ligadas à assistência, esporte, saúde e educação e pactua ações que o município deve prever enquanto políticas públicas dentro da gestão dos atuais prefeitos que aderem de forma voluntária em uma agenda contínua proposta pela Unicef.
“O selo traz formação continuada, um sistema de monitoramento e acompanhamento de indicadores, traz metodologias que ajudam o município a realizar as políticas que lhe dizem respeito”, completou Fábio Atanasio Morais.
A psicóloga Aline Pinheiro, da Assistência Social do município de Colmeia, participa do encontro. Segundo ela, “todas as capacitações foram válidas e não dá para trabalhar sozinho. O selo para gestão do município e para todas as secretarias é um estímulo e uma conquista que a gente tem”, disse.
Programação
O encontro segue até esta quarta-feira, 4, no auditório do Quartel do Comando Geral (QCG) da Polícia Militar, em Palmas. A programação inclui apresentação e discussão de propostas e encaminhamentos acerca de políticas públicas direcionadas à promoção e proteção à infância e adolescência e avaliação das políticas para a infância com técnicos e gestores do Estado. O Plano de Ação que os municípios inseriram no Sistema de Orientação, Monitoramento e Avaliação (SOMA) também será discutido.