O governo interino do Brasil, comandado por Michel Temer, tem como uma de suas metas realizar mudanças na previdência social. Uma das possíveis alterações trabalhistas no sistema previdenciário que pode vir a ocorrer é a mudança na regra igualando idade mínima de aposentadoria por idade das mulheres à dos homens. Hoje a idade mínima para aposentadoria por idade é de 65 anos para homens e 60 para as mulheres, já no caso da aposentadoria por tempo de contribuição proporcional, o limite 53 anos para homem e 48 anos para mulher. Ouvidas pelo Conexão Tocantins, a Central Única dos Trabalhadores (CUT/TO) e a Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB/TO), falaram em retrocesso e em resistência contra as possíveis alterações.
Para o presidente da CUT Tocantins, José Roque, a central nacional ficará atenta às propostas de mudanças nas leis trabalhistas e irá orientar os estados. “O governo vai tentar minar a gente, mas a direção nacional sempre vai ter estratégias adequadas. A gente sabe que o governo Michel Temer é um retrocesso para os trabalhadores”, afirmou. De acordo com o presidente da CUT, o governo interino enfrentará resistência quanto às garantias dos direitos dos trabalhadores.
Se a idade mínima entre homens e mulheres for igualada para a aposentadoria, de acordo com José Roque, configurará “retrocesso", em especial na educação, segundo ele. Como é que uma professora vai sair da sala de aula com 60, 65 anos? Da saúde também, como é que uma pessoa da saúde vai aguentar fazer um trabalho da saúde com mais de 60 anos, levantar um doente? Não tem condições ainda para isso! A avaliação que a gente tem é que é um governo de retrocesso”, avaliou.
Roque informou que, no Tocantins, a CUT começa a realizar reuniões a partir desse sábado, 14. “Vamos nos reunir a partir de amanhã com os movimentos sociais que a gente tem aqui no Tocantins para já começar a conversar, fazer uma leitura da conjuntura, avaliando as ações do governo, quais projetos que o governo vai tomando e que estratégias vamos tomar”, afirmou. Entre os movimentos que apoiam a CUT está o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), a CTB e segmentos de trabalhadores - Povo Sem Medo, Frente Brasil Popular, Povo na Rua, entre outros. Entre os contrários a pauta dos trabalhadores, segundo José Roque, está a Força Sindical. “A Força Sindical vai fazer a pauta do governo. É contra os trabalhadores e a favor do governo”, disse.
O presidente da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) no Tocantins, Antonildo Alexandre de Medeiros, disse que a CTB é oposição ao governo Michel Temer e que estará realizando um seminário no dia 19 e 20 para discussão sobre que medidas tomar e, após, lançará nota posicionando-se quanto as possíveis alterações trabalhistas.
Antonildo também comentou a possível alteração na idade para aposentadoria. Segundo ele, se acontecer, o mais prejudicado será o trabalhador rural. "Para o trabalhador rural vai ser muito ruim, principalmente para a mulher", avaliou. Segundo Antonildo, o trabalhador do campo é sofrido e trabalha desde tenra idade. "Para nós e, tenho certeza que a CTB, não vai apoiar essa reforma, porque quem vai ser prejudicado é o trabalhador", disse.
O presidente da CTB ainda informou que após o seminário de tomada de decisões, a Central no Tocantins saberá os rumos de suas ações.