Depois de Paraíso do Tocantins, quem recebe uma viagem histórica pelo Projeto ArteSesc é a cidade de Gurupi. A exposição “Carlos Vergara Viajante: Experiências de São Miguel das Missões”, ficará à mostra entre os dias 1º e 23 de junho deste ano na unidade do Sesc Parque Primavera. A abertura está marcada para as 19h do dia 1º de junho e a visitação poderá ser feita durante todo o período da exposição entre as 8h e 22h.
Mais uma realização do Departamento Nacional do Sesc, o ArteSesc foi criado em 1981. “O grande objetivo do ArteSesc é divulgar a produção nacional e dar acesso a obras de relevância para a história da arte brasileira”, ressaltou o promotor em Artes Visuais do Sesc Tocantins, Vone Petson.
A mostra apresenta os olhares do artista plástico Carlos Vergara sobre a cidade gaúcha de São Miguel das Missões, onde se encontra o Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo. A exposição propõe um diálogo entre a obra contemporânea do artista e as ruínas jesuítas. Vergara chegou a fixar residência no local para relembrar a experiência das missões jesuíticas, que tinham como objetivo catequizar e civilizar a população indígena.
Nesta mostra, essa confluência de tempos e olhares é retratada por meio de cinco monotipias (impressão em tecidos), um vídeo, duas pinturas e seis fotografias em 3D (montagens). A intenção do artista é a de revelar um cenário onde conviviam diferentes formas de crenças, culturas e civilizações, em que, além das visões de mundo totalmente diferentes, resultou no conflito entre a imposição da fé cristã aliada ao pensamento europeu e a questão do espaço para a existência dos silvícolas da região, os guaranis.
Vergara
Carlos Vergara é gaúcho de Santa Maria. Nascido em 1941, foi para o Rio de Janeiro na década de 1950, quando trabalhou como analista de laboratório. Como segundo ofício, dedicava-se ao artesanato de joias, quando em 1963 descobre o desenho e a pintura, após ter joias expostas na Bienal Internacional de São Paulo.
Participou da mostra Opinião 65, um marco na história da arte brasileira, uma ruptura com a arte abstrata do passado, e o despertar de uma nova arte, realista, feita por jovens. Cenógrafo, figurinista de peças teatrais, realizou trabalhos no carnaval carioca e nas áreas de fotografia, arquitetura, pintura, vídeos, entre outros.
A ação democratiza as artes visuais do país, não se limitando aos grandes centros, pois o Sesc adquire acervos e faz com que eles circulem em suas unidades nos estados brasileiros, promovendo intercâmbio e diálogos com o público, artistas locais e profissionais da arte.
Depois de Paraíso e Gurupi, a exposição segue para Porto Nacional, ainda sem data definida.