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Saúde

Foto: Aldenes Lima

Um curso que traz pedagogia teórica e ativa para atendimento emergencial a crianças que nasçam ou que chegam às unidades hospitalares do Estado com problemas cardiorrespiratórios e de desidratação foi ministrado pela Escola Técnica do SUS (Etsus), em Palmas, durante todo este final de semana, 11 e 12. O público alvo são enfermeiros, técnicos em enfermagem e fisioterapeutas que atuam nas salas de emergências e Unidade de Terapias Intensivas (UTIs), das unidades hospitalares geridas pelo Executivo Estadual.

Com módulos teóricos pela manhã e práticos à tarde, os estudantes manejaram bonecos com casos próximos à realidade. Os bonecos respondem aos estímulos feitos pelas equipes e as medidas serão avaliadas pelos monitores.

Segundo a enfermeira Edilma Fiel Barbosa, isso é um diferencial e o curso traz um alinhamento do Ministério da Saúde para que a equipe do Tocantins esteja apta de igual forma as equipes de outras unidades. “Esse curso surgiu de uma necessidade do atendimento de emergência à criança, incluindo uma parte neonatal, em eminência de uma parada cardiorrespiratória. Esse paciente vai ser atendido em nossas unidades com equipe atenta a uma situação de risco”, explicou.

Há 14 anos atuando dentro do Hospital e Maternidade Dona Regina, o fisioterapeuta Leandro Augusto Almeida, também destacou as abordagens no curso. “Aqui enfatizamos a importância da fisioterapia dentro das unidades de terapias intensivas e neonatais de forma a aprimorar o atendimento destes profissionais em todo o Estado, com aprofundamento em fisiologia e patologia. Com isso, sem dúvida, o atendimento nas unidades será melhorado e teremos uma diminuição de sequelas e até de mortalidade”, completou.

A enfermeira especialista em neonatologia e gestão, Mirelli Terra, disse que a capacitação da enfermagem é muito importante, pois eles são os primeiros profissionais a receberem o paciente pediátrico neonatal na emergência. “Para isso precisamos ter um número significativo de profissionais e aqui no Tocantins já estamos na terceira turma, tornando estes profissionais capazes de identificar precocemente a criança que tem capacidade de agravamento dentro da emergência, para que esta não aguarde um período inaquedado a ponto de fazê-la piorar”, enfatizou.

A enfermeira especialista acrescenta ainda que a abordagem aos pacientes que tem estado agravado  já estando internado dentro da unidade e aos que chegam tem que ser liderada por alguém extremamente capacitado para auxiliar a equipe médica. “Sintomas como desconforto respiratório de leve a moderado, na grande maioria das vezes, se não tiver uma avaliação adequada, acaba aguardando por uma ou duas horas e quando se consegue o atendimento o quadro respiratório já está pior. Nossa missão é identificar as questões do cotidiano, inclusive desidratação devido a vômitos e diarreias, por exemplo”, disse Mirelli, acrescentando que a formação oferecida nas universidades é feita de forma generalizada e não específica para a pediatria, por isso trabalhamos esta especificidade para as abordagens no dia a dia das unidades”.

Fisioterapeuta atuante há cinco anos na emergência do Hospital Regional de Araguaína, Ana Flávia Albuquerque, afirmou que “temos em nossa rotina mais casos de adultos e isso, muitas vezes, acaba por nos condicionar a um aprimoramento só com este público. Ter a oportunidade de saber atender especificamente a parte de pediatria neonatal nos ajuda a ter um posicionamento mais preciso e eficiente quando recebermos no futuro, este tipo de paciente”.

Segundo a gerência de Educação na Saúde da Etsus mais de 200 profissionais já passaram pela capacitação no Tocantins e apesar de ainda não existir uma avaliação da otimização dos trabalhos, a partir do curso, há uma pesquisa junto aos profissionais que participaram na qual foi relatada uma melhora de até 100% nas atuações. “É um curso com carga horária curta, mas que prima pela efetividade de abordagem e prática”, afirmou a gerente Raimunda Fortaleza.