Ideal para pequenas e médias propriedades rurais, a ovinocultura encontrou no Tocantins um ambiente favorável para expandir. De acordo com dados do IBGE 2015, desde a criação do Estado, em 1989, o rebanho passou de 42.390 cabeças para mais de 134 mil, em 2015. Um crescimento no rebanho em torno de 218%. Para os criadores, entre as vantagens da criação do cordeiro, está o pequeno espaço necessário para uma grande quantidade de matrizes e a lucratividade, enquanto a arroba do boi está entre R$ 130 e R$ 138, a da carne ovina está entre R$ 180 e R$ 200.
Para fortalecer a cadeia de ovinocultura no Tocantins, a Secretaria do Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária (Seagro), desenvolveu durante este ano, 2016, ações como dia de campo, seminários e oficinas, com o intuito de incentivar a criação de ovinos, objetivando uma futura demanda do frigorífico, já em construção, em Aliança do Tocantins. Outra ação importante é a formatação da Câmara Setorial da Ovinocaprinocultura do Estado.
O secretário da Agricultura, Clemente Barros, reforça que o Governo do Estado, por meio da Seagro e parceiros, realiza esse trabalho de informações e orientações para o criador de ovinos, com o objetivo de estimular o desenvolvimento da atividade. “Além de atender um mercado em ascensão, é mais uma forma de melhorar a renda e as condições econômicas das famílias rurais”.
Importância da cadeia produtiva
A diretora de Pecuária da Seagro, Erika Jardim explica que a atividade é importante para o Tocantins, pois além de proporcionar uma diversificação na propriedade rural, o produtor tem com o ovino a chance de trabalhar com outras atividades, integrando com bovinos, apicultura, produção de frutas, florestas plantadas e com agricultura. “Pode ser uma atividade para o pequeno produtor ou para o grande devido à possibilidade de integração com outras culturas”.
Erika Jardim reforça que além de agregar mais uma atividade lucrativa, a criação de ovinos é um negócio rentável que proporciona uma renda em curto prazo, principalmente para o pequeno produtor, pois não necessita de grandes áreas. “Há todo um mercado que demanda essa carne, saudável e apreciável, não só de Palmas ou Tocantins, mas de Brasília, Goiás, São Paulo e no Brasil todo”, completa a diretora dizendo que mesmo que ainda não há um frigorifico no Tocantins para abater esses animais, mas caso a produção tenha volume, tenha padrão, pode atrair novos investidores para o setor.
Cooperativa
A criação de cooperativas é defendida pela Secretaria da Agricultura, uma vez que pode ajudar na compra de insumos e potencializar as vendas do produto. “Os custos de produção são individualizados, dependendo da tecnologia empregada. Mas o mais importante é que os produtores do Estado estão satisfeitos, pois tudo que é produzido aqui consegue ser vendido”, reforça Erika Jardim.
Câmara de Ovinocaprinocultura
A Câmara Setorial é um fórum de discussões onde participam diversos atores como: produtores, secretarias estaduais, Embrapa e universidades. Erika Jardim explica que é um corpo para que se possa desenvolver a atividade de forma integrada, atuando diretamente nas demandas, solucionando os problemas da atividade.
O papel da Seagro é o de articulação entre os atores, para buscar otimizar os resultados, fazer com que se gaste menos dinheiro e se obtenha um resultado melhor. “Esse grupo já está formado e será formalizado com o decreto do Governador, sendo que entre as atividades recentes da Câmara, está à discussão do Valor do GTA (Guia de transito Animal). A Câmara também promove seminários e capacitações para o produtor”, finaliza a diretora.