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Polí­cia

Foto: Divulgação

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De acordo com informações repassadas pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira, 29, foram cumpridos sete mandados de prisão temporária, 24 de condução coercitiva e 76 de busca e apreensão, pela Operação Reis do Gado, deflagrada na segunda-feira, para desarticular organização criminosa que atuava no Tocantins praticando crimes contra a administração pública e promovendo a lavagem de capitais por meio da dissimulação e ocultação dos lucros ilícitos no patrimônio de membros da família do, segundo a PF, governador do Estado, Marcelo Miranda.

Ainda de acordo com a PF, apenas um mandado de prisão ainda não foi cumprido e esclareceu que já existem tratativas com advogado para apresentação de seu cliente. O nome da pessoa ainda não foi divulgado. Entre os presos está irmão do governador Marcelo Miranda, José Edimar de Brito Miranda Junior e o atual secretário de infraestrutura, Sérgio Leão. 

Durante a Operação foram apreendidos cerca de R$ 300 mil, sete veículos e vasta documentação que será ainda analisada, de acordo com a PF. 

Ao todo foram expedidos pelo STJ 108 mandados judiciais para serem cumpridos, sendo, 8 mandados de prisão temporária, 24 de condução coercitiva e 76 de busca e apreensão nas cidades de Palmas e Araguaína no Tocantins, Goiânia/GO, Brasília/DF, Caraguatatuba/SP Canãa dos Carajás, Redenção, Santa Maria, São Felix do Xingu e Sapucaia/PA. 

Operação Reis dos Gado 

Investigação apontou um esquema de fraudes em contratos de licitações públicas com empresas de familiares e pessoas de confiança do chefe do executivo do Tocantins, que teria gerado enorme prejuízo aos cofres públicos. A organização criminosa é acusada de movimentar mais de R$ 200 milhões em lavagem de dinheiro. 

Segundo a PF, a ocultação do dinheiro desviado ilicitamente era feita por meio de transações imobiliárias fraudulentas, contratos de gaveta e manobras fiscais ilegais dentre os quais a compra de fazendas e de grandes quantidades de gado. Parte do valor teve por destino a formação de caixa dois para campanhas realizadas no Estado. 

Chamou atenção dos policiais o volume de algumas transações financeiras do grupo que, segundo a Polícia Federal, pela sua desproporcionalidade, denotam a intenção de dissimular as vultosas movimentações ilícitas do grupo. Em um dos casos foi identificada um contrato de compra de gado cujo volume, segundo a perícia realizada, não caberia sequer dentro da propriedade onde pretensamente deveriam se encontrar o rebanho. Essa técnica foi apelidada pelos investigadores como “Gados de Papel”. 

Ainda de acordo com a Polícia Federal, em outro caso, um contrato de prestação de serviços entre o governo e uma empresa de transportes aéreos alcançou valores tão exorbitantes que, sendo dimensionadas em horas de voo, obrigariam os aviões a serem abastecidos no ar para que se pudesse suprir o valor integral do contrato. 

Os investigados responderão pelos crimes de lavagem de dinheiro, peculato, corrupção passiva, fraudes à licitação e organização criminosa. 

Reis do Gado 

O nome da operação “Reis do gado” foi dado em razão dos principais investigados serem grandes pecuaristas no Estado do Pará e o gado era a destinação de grande parte do dinheiro desviado, onde se operava verdadeira lavagem de dinheiro.