A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) vai lançar, nesta quinta-feira, dia 12, seu relatório anual da violência contra jornalistas no Brasil. O levantamento da Fenaj, feito em parceria com os sindicatos de jornalistas, aponta um crescimento de 17,52% no número de casos de agressões, em relação ao ano anterior. Foram 161 casos de violência contra a categoria, 24 a mais do que os 137 casos registrados em 2015. O total de vítimas foi de 222 jornalistas, visto que em várias ocorrências, mais de um profissional foi agredido.
O lançamento do Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa – 2016 será realizado às 15 horas do dia 12 de janeiro, no auditório do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (SJPMRJ). A presidenta da Fenaj, jornalista Maria José Braga, vai apresentar os números apurados que, mais uma vez, revelam que a categoria tornou-se alvo de diversos tipos de agressões. O evento será transmitido pela página do SJPMRJ no Facebook (fb.com/sindjor).
Foram registrados dois casos de assassinatos de jornalistas em decorrência do exercício da profissão e cinco assassinatos de outros comunicadores (dois radialistas, dois blogueiros e um comunicador popular), que são citados para registro, mas não são somados aos números totais de casos de violência contra jornalistas.
As agressões físicas foram a violência mais comum também em 2016, repetindo a tendência dos anos anteriores. Houve 58 casos, nove a mais que no ano anterior. Mais uma vez grande parte das agressões físicas foi registrada em manifestações de rua.
Foram registrados também 26 casos de agressões verbais, 24 casos de ameaças e/ou intimidações, cinco atentados, 18 casos de cerceamento à liberdade de imprensa por meio de ações judiciais, 13 ocorrências de impedimento do exercício profissional, dez prisões, três casos de censura e ainda dois casos de violência contra a organização sindical dos jornalistas.
Também é preciso registrar que em 2016, por ser ano eleitoral, partidos e candidatos recorreram à Justiça para impedir a circulação de informações, principalmente nas redes sociais. A maior parte das ações judiciais referiam-se à legislação eleitoral. Aquelas que notadamente tinham como objetivo impedir a divulgação de informações jornalísticas estão descritas no Relatório.
Consta, ainda, como registro, o caso do acidente com o avião da Lamia que transportava o time da Chapecoense, ocorrido na Colômbia, do qual 21 jornalistas foram vítimas fatais. Foi o acidente com o maior número de jornalistas mortos da história.
A violência contra jornalistas em números:
Assassinatos – 2 jornalistas
Agressões físicas – 58 casos
Agressões verbais – 26 casos
Ameaças/intimidações – 24 casos
Atentados – 5 casos
Censura – 3 casos
Cerceamentos à liberdade de expressão por meio de ações judiciais – 18 casos Impedimentos ao exercício profissional – 13 casos Prisões/Detenções/Cárcere privado – 10 casos Violência contra a organização sindical – 2 casos