Um estudo inédito da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), com a colaboração da GO Associados, mostra que o transporte aéreo contribui com 1,7% da produção total do Tocantins, ou o equivalente a R$ 647 milhões. Nesse valor, está incluída a receita das companhias aéreas (transporte de passageiros e cargas) e de seus fornecedores, mais o turismo viabilizado pelo setor aéreo. Também entra na soma o consumo familiar dos trabalhadores que integram essa cadeia econômica. A parcela é inferior à contribuição do setor medida no plano nacional, estimada em 3,1% do total da produção brasileira.
Além disso, a aviação e os setores que ela impulsiona geraram 13,9 mil empregos no Tocantins em 2015, com o pagamento de quase R$ 122 milhões em salários. O setor aéreo contribui também com a arrecadação de R$ 51,2 milhões em impostos no Estado.
O estudo tem como objetivo medir o impacto da aviação na economia nacional e em todos os estados brasileiros, mais o Distrito Federal. O levantamento tem como base o ano de 2015 e usa fontes públicas, tais como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
Em termos relativos, para cada R$ 1 que a aviação adiciona à produção econômica do Estado, R$ 9,7 são gerados em produção na cadeia do turismo catalisado pelo modal de transporte. No tocante aos empregos, para cada posto de trabalho ocupado na aviação, 22 outras pessoas são contratadas no turismo derivado do Tocantins.
“Olhando dessa forma fica bem fácil perceber como estímulos ao setor aéreo se espalham e se multiplicam pela economia. Aqui mostramos esse efeito multiplicador no turismo, mas essa mesma lógica vale para outros setores, como o de comércio, para não falar nos benefícios de uma maior conectividade doméstica e internacional. A aviação tem essa característica de criar e reforçar ciclos virtuosos de desenvolvimento”, explica o presidente da ABEAR, Eduardo Sanovicz.
Cenário
A publicação Voar Por Mais Brasil – Benefícios da Aviação, que contém o estudo, traz não somente os dados dos impactos econômicos do setor, mas apresenta também o quadro de fatores sociais e econômicos que facilitam ou dificultam a oferta de transporte aéreo nas localidades, condicionando assim os resultados verificados.
O Tocantins contribui com 0,37% do total de embarques anuais em voos domésticos, parcela proporcional à participação de sua economia na produção brasileira, de 0,39%.A quantidade de viagens aéreas entre os tocantinenses é de 0,23 embarque por habitante, inferior à média do país, de 0,47.
Os números de densidade demográfica e produção per capita são baixos em Tocantins. Na composição dos setores econômicos, há grande destaque para a agropecuária. Tais elementos não indicam grande propensão à utilização do transporte aéreo. Para os números da economia local, a movimentação turística se mostra relevante (mas com grande participação do modal rodoviário). O transporte de carga aérea é pequeno. A penetração do transporte de passageiros é igualmente baixa.
“A tributação sobre o combustível de aviação, ainda que relativamente próxima da alíquota mínima, não chega a compensar o quadro de baixa atratividade. A participação da aviação na produção estadual é inferior à média brasileira”, afirma Maurício Emboaba, consultor técnico da ABEAR.
Brasil
A aviação brasileira contribuiu com 3,1% da produção total do País, ou o equivalente a R$ 312 bilhões em 2015. Ao todo, foram gerados 6,5 milhões de empregos, com o pagamento de R$ 59,2 bilhões. O transporte aéreo também respondeu pela arrecadação de R$ 25,5 bilhões em impostos.
Segundo o levantamento, tomando como exemplo os números nacionais, para cada R$ 1 que aviação gera como produção econômica direta, são gerados R$ 5 em produção no turismo viabilizado pelo modal. Se olharmos para as ocupações, para cada profissional contratado pela aviação, mais de oito postos de trabalho são amparados no turismo catalisado.
A íntegra do estudo pode ser acessada no link: https://goo.gl/yr23zi