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Polí­cia

Jovem Vinícius Duarte foi assassinado covardemente em 2007

Jovem Vinícius Duarte foi assassinado covardemente em 2007 Foto: Divulgação

Foto: Divulgação Jovem Vinícius Duarte foi assassinado covardemente em 2007 Jovem Vinícius Duarte foi assassinado covardemente em 2007

Fábio Pisoni, acusado de assassinar covardemente o estudante de agronomia, Vinícius Duarte de Oliveira, em 2007, em Gurupi/TO, deve ser julgado pela Justiça, de acordo com publicação de edital no Diário da Justiça dessa quarta-feira, 15, feita pelo juiz da Vara de Execuções Penais e Tribunal do Júri, Ademar Alves de Souza. O acusado responde pelo crime em liberdade e será levado a juri popular, marcado para o dia 9 de maio, sob as acusações de homicídio triplamente qualificado e tentativa de homicídio triplamente qualificado.

Em entrevista ao Conexão Tocantins na tarde desta quinta-feira, 16 de fevereiro, Solange Duarte, mãe da vítima Vinícius Duarte, disse esperar que a Justiça seja feita. "Espero que dessa vez consiga ser feita Justiça. Já são nove anos tentando, correndo atrás e acho que dessa vez vai acontecer, tenho fé", afirmou. 

Solange mostrou-se desapontada e afirma que sempre cobrou do judiciário decisões justas. "Sempre cobrei do judiciário, não estou pedindo favor. A única coisa que eu sempre quis foi que eles fizessem a coisa certa, Justiça. Essa é a função deles, que façam o que é justo, o que é função deles que é colocar um assassino na cadeia. A justiça tem que prevalecer se não a gente não acredita", desabafou a mãe. 

Entre as mudanças que a morte de Vinícius provocou na vida de Solange, a troca de Estado e o engajamento nos estudos estão incluídos. Solange Duarte mudou-se do Tocantins para o Estado de Minas Gerais para poder evitar problemas. "Vivi pesadelos e pesadelos e continuo vivendo. É complicado, ele solto, mesmo assassino confesso, vive como cidadão de bem", disse a mãe. 

Solange é professora formada, mas também decidiu estudar Direito e já está no 7° período. Ela informou o porquê da escolha pelo curso. "A decepção de ir atrás da justiça, das portas serem muito fechadas, para eu entender melhor, para poder conseguir argumentar e guiar sozinha quando precisei ir no Ministério Público, no Tribunal de Justiça. Para ter mais armas argumentativas, mais esclarecimentos. Sou mera professora, sou especialista, estou tranquila, mas o direito foi por isso mesmo", afirmou. 

Entenda 

O assassinato de Vinícius aconteceu em Gurupi/TO, na madrugada do dia 8 de dezembro de 2007, após suposta discussão entre alguns estudantes. Naquela ocasião Fábio Pisoni, efetuou seis disparos de uma pistola automática em um veículo gol, em que estavam seis estudantes de agronomia da Universidade Federal do Tocantins (UFT). Entre os estudantes estava Vinícius Duarte, na época com apenas 21 anos de idade, que recebeu dois tiros, sendo um no coração. Um outro rapaz que estava no carro levou um tiro de raspão na cabeça.

Na ocasião, depois de passado o flagrante, Fábio se entregou, mas foi liberado após assinatura do termo de apresentação espontânea. Tempos depois Fábio Pisoni teve sua prisão preventiva decretada mas teria conseguido negociar uma liminar em seu favor. Em março de 2012, uma investigação do Ministério Público Federal (MPF) denunciou o desembargador Amado Cilton Rosa  por corrupção passiva e concussão por suposta venda de decisões judiciais. Amado Cilton teria, de acordo com o Ministério Público, feito negociação intermediada por Egon Just, que prestava consultoria para uma empresa de Itelvino Pisoni, atual presidente da Fecomércio Tocantins e pai do acusado. 

Influência do pai do acusado

Em entrevista ao Conexão Tocantins nesta quinta-feira, 16, Solange Duarte alegou influência de Itelvino Pisoni, pai de Fábio Pisoni, junto à Justiça. "Na verdade se você pegar o processo, todas as reportagens, foi influência e tanto é que um desembargador foi afastado por vender sentença", disse. A mãe de Vinícius completou dizendo não desistir fácil. "Ainda sou daquele ser humano que não desisto, corro atrás. Acredito que ainda dentro do sistema tem que ter gente que realmente trabalhe em função, que faça jus ao cargo que tem. Por mais decepcionada, ainda tenho que confiar nisso", disse a mãe do estudante assassinado. 

Em dezembro de 2012, Fábio Pisoni foi preso durante uma blitz no interior de São Paulo após a polícia descobrir que havia um mandado de prisão contra ele. O acusado ficou na prisão até julho de 2015, quando conseguiu uma liberdade provisória. Durante um ano e meio, vários julgamentos foram marcados e adiados. (Com informações do Estadão)