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Saúde

Foto: Cléia Gomes

O programa “Palmas Livre de Hanseníase”, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Saúde de Palmas/TO, servirá de modelo para outros 18 municípios distribuídos nos estados do Maranhão, Piauí, Mato Grosso, Pernambuco, Pará e Tocantins (Araguaína, Porto Nacional e Gurupi). Esses municípios contarão com recursos do Fundo Especial da Declaração de Bangkok, intermediados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Fundação Sasakawa. Por esse motivo, na manhã desta última segunda-feira, 19, o chefe do programa global de Hanseníase da OMS, Erwin Cooreman, esteve na Capital para saber mais sobre as ações adotadas pela Semus de enfrentamento a essa doença.

Cooreman foi recebido pela prefeita em exercício, Cinthia Ribeiro, que ressaltou o papel da Capital enquanto exportadora de conhecimento. “Tudo isso só é possível porque temos um olhar diferenciado de gestão não só de fazer, alocar recursos, gerenciar as políticas públicas com muito cuidado, mas de comprometimento de toda essa equipe. Não basta só ter vontade de fazer, precisa realmente ter pessoas que estejam comprometidas, com essa causa. A saúde, em particular em Palmas, é uma referência para outros municípios, inclusive o próprio Estado é assistido pelo município e não o contrário”, completou.

Para a coordenadora geral de Hanseníase e Doenças em Eliminação do Ministério da Saúde, Carmelita Ribeiro Filha, o diferencial de Palmas é justamente o comprometimento da gestão. “Todos os municípios e estados trabalham com capacitação para Hanseníase, mas o diferencial de Palmas é a postura da gestão enquanto problema de saúde pública. Nenhum projeto similar ao de Palmas dará certo se não houver a posição do gestor, para que possa ter sucesso faz-se necessário o gestor entender que a hanseníase é um problema de saúde pública e que o pouco caso não significa que está eliminando a doença, mas pode ser que não esteja diagnosticando”, ressaltou.

Cooreman considerou que o projeto “Palmas Livre de Hanseníase” é especial e diferenciado. “Existe uma grande endemicidade da doença, por isso o projeto é grande e bem implementado. Podemos ajudar com conhecimento técnico e estamos vendo o que podemos aproveitar do projeto e levar para outros países e locais do mundo que estejam em situação similar”, disse Cooreman, que nesta terça, 20, estará em Manaus/AM conhecendo o Centro de Referência de Hanseníase e na quarta, 21, em Brasília/DF participando de reunião com coordenadores de outras doenças em eliminação.

Modelo de Palmas

O secretário municipal de Saúde, Nésio Fernandes, destacou que a Hanseníase foi uma das pautas escolhidas para o modelo de reestruturação da Rede de Atenção e Vigilância em Saúde na Capital. “Palmas tem uma gestão inovadora e técnica, possui um dos menores orçamentos de saúde entre as capitais brasileiras, mas a gente entende que Sistema Único de Saúde pode dar certo desde que exista vontade política e competência. Em Palmas os serviços de saúde serão demandados pelas reais necessidades da população”, ressaltou o secretário.

Em Palmas, desde o ano passado, profissionais da saúde de Palmas são capacitados para realizar diagnóstico mais profundo e preciso da Hanseníase. O treinamento faz parte do programa “Palmas Livre da Hanseníase”, que tem como consultor o médico especialista em Hanseníase, Jaison Barreto, do Instituto Lauro de Souza Lima (Bauru - SP). Ao se deparar com um caso, os profissionais das unidades ainda realizam exames em todos os familiares para verificar se há mais casos na família e fazer o tratamento adequado.

Participaram do encontro também, o diretor do Instituto Lauro de Souza Lima (Bauru - SP), Marcos Virmond; a coordenadora nacional do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Haseníase (Morhan), Lucimar Batista; representantes da Secretaria Estadual de Saúde, Fundação Escola de Saúde Pública de Palmas (Fesp), além de superintendentes e diretores da Semus.

Durante a visita, Cooreman ainda conheceu o Ambulatório Municipal de Atenção à Saúde Dr Eduardo Medrado (que agora oferece atendimento especializado em Neurólise, Eletroneumiografia e Dermato-Sanitária para os pacientes em tratamento), a sede da Fesp, e acompanhou atendimentos no Centro de Saúde da Comunidade da Arso 101.