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Meio Ambiente

Foto: Divulgação

Apresentando as experiências adquiridas no trabalho diário desenvolvido pela BRK Ambiental, concessionária que atende 47 cidades no Tocantins, Denis Lacerda, diretor-presidente da empresa, falou à uma plateia formada por profissionais, alunos e pesquisadores na segunda noite da III Semana de Engenharia Ambiental e Sanitária, que acontece em Palmas/TO desde a última segunda-feira, até esta quarta-feira, 20.

“Um bom exemplo do reflexo que todos estes obstáculos trazem à vida das pessoas nós podemos ver nas manchetes dos jornais. Menos de 1/3 dos municípios brasileiros têm Plano de Saneamento Básico, que deveriam trazer as diretrizes mínimas para que os serviços sejam prestados”, explicou Lacerda.

A estudante Mônica Madureira, do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da Faculdade Católica, destacou que o evento toca em um ponto principal, a falta de mobilização. “Temos, muitas vezes, a informação, mas não a conscientização sobre muitos dos problemas apontados”, pontuou ao comentar os desafios mostrados.

Os números do saneamento no Brasil sentem o peso destes entraves. A média nacional de atendimento com água tratada é de 85% da população, com índice de atendimento em coleta de esgoto de 48% dos lares brasileiros. Já a Região Norte tem cenário pior: somente 52% dos moradores têm acesso à água tratada e menos de 7% têm acesso à coleta de esgoto.

Como contraponto, o Tocantins tem índices de atendimento com serviços diferentes de seu contexto regional e em crescimento. No Estado, 99,99% da população tem acesso ao tratamento de água e cerca de 35% possui coleta de esgoto. O Tocantins também trata 100% do esgoto coletado antes de sua destinação final.

Soluções

Após a palestra, a discussão continuou com uma mesa redonda em que participaram o representante da BRK Ambiental e a professora da Universidade Federal do Tocantins (UFT) Tatiana Ferreira Wanderley e sob mediação do professor Thiago Portelinha da Faculdade Católica do Tocantins, além de participação da plateia com perguntas enviadas à mesa.

A segurança do abastecimento de Palmas foi tema de uma pergunta respondida com o plano da concessionária para expansão da Estação de Tratamento de Água 006, maior da cidade. Em dois anos, ela terá sua capacidade de produção de água incrementada e novas tecnologias implantadas para trazer ainda mais segurança ao sistema de abastecimento.

Trazendo a perspectiva de preservação, Tatiana destacou a necessidade de planos para garantir a vida saudável dos mananciais, além de planos de reuso de esgoto para irrigação de jardins. “Entretanto, os planos acabam recaindo em burocracia e, principalmente, em relação ao preconceito que as pessoas têm em relação ao esgoto. Para se ter uma ideia, em algumas cidades do País a qualidade da água que sai das estações de tratamento de esgoto chega a ser superior à qualidade da água dos rios que vão receber esse efluente tratado”, destacou.