Em audiência pública na tarde desta segunda-feira, 25, no auditório do Ministério Público Estadual (MPE/TO), pais, mães, alunos e parlamentares manifestaram apoio à greve da rede municipal de educação de Palmas, iniciada em 5 de setembro. O gestor da capital, Carlos Amastha (PSB) não compareceu.
De acordo com o presidente estadual do Sintet, José Roque, a culpa pela greve da Educação deve ser atribuída ao prefeito e ao secretário da Educação, Danilo Melo que "se negam a negociar e apresentar proposta viável, uma proposta responsável que traga dignidade e decência para que os trabalhadores possam ministrar suas aulas", afirmou.
Os profissionais da educação da capital estão em greve desde o dia 5 de setembro. Entre suas reivindicações estão: reajuste da data-base, pagamento de retroativos, plano de cargos, carreira e remuneração em dia, além das progressões e do reconhecimento da titularidade dos professores.
Entre os presentes na audiência, o deputado José Roberto Forzani (PT) prestou solidariedade e criticou sobre as decisões “autoritárias” da gestão, que não dialoga ou procura resolver seus problemas. “Não adianta ficar indo para Twitter. Precisa sentar, assinar um acordo e fazer cumprir o que está assinado”, disse.
Para o deputado Wanderlei Barbosa (SD), não haverá solução sem que a gestão abra diálogo. “Queremos resolver, mas não resolverá sem o prefeito abrir discussão com a categoria", afirmou. Barbosa pediu ao Judiciário tocantinense que ouça os dois lados. "Esperamos que os dois lados sejam ouvidos. Os professores estão assustados, me ligam: deputado, o que fazemos? Virá outra liminar contra nós!". Segundo o deputado, "a Prefeitura não discute, a Prefeitura ameaça"."Os professores querem apenas seus direitos", frisou.
Em seguida, o vereador Léo Barbosa (SD), também pronunciou-se. De acordo com ele, "essa greve só vai parar quando o prefeito tiver a capacidade de entender que precisa respeitar os professores", frisou.
Segundo os parlamentares, o corte de ponto dos professores não é a solução, o caminho para resolução do movimento paredista.
Ausência de Respeito
Também presente na audiência, o vereador e professor Júnior Geo (PROS), falou em ausência de respeito por parte da gestão com os pais, alunos, educadores, com a sociedade em geral. Segundo Geo, o gestor proibiu os diretores das escolas de comparecerem no debate.
Júnior Geo criticou posições da Câmara de Palmas, comandada por José do Lago Folha Filho (PSD) que, assim que pôde, pediu reintegração de posse contra os educadores acampados na Casa. "Que faz a Câmara subserviente ao executivo", disse.
Milton Neris (PP) também comentou. O vereador questionou se o prefeito Amastha será responsabilizado por não cumprir leis. "Está aqui a lei do PCCS deles que traz toda a carreira, as progressões e as titularidades que ele não pagou 2015, 2016 e 2017. O que está previsto para esse ano foi colocado por ele na LDO, está no orçamento e ele não pagou, não cumpriu a lei. O que vai acontecer com ele?", questionou.
OAB/TO
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Tocantins (OAB/TO), Walter Ohofugi, informou contato com o secretário municipal de Educação, Danilo Melo e com o procurador-Geral do município, Públio Borges, externando preocupação quanto à greve. "Queremos chamar a sensibilidade do município para que possamos enfrentar isso de maneira madura", disse. Ohofugi colocou a OAB/TO à disposição.