Ao lembrar que nesta próxima quinta-feira, dia 5, o Tocantins completa 29 de criação, o deputado Paulo Mourão (PT) usou a tribuna, na Assembleia Legislativa, quando fez uma reflexão das conquistas e equívocos do Estado, especialmente quanto ao seu desenvolvimento econômico. Ele reconhece que houve avanços. “Com o apoio da sua gente, o Tocantins conseguiu efetivar tantas e boas conquistas, agora houve muitos equívocos e não podemos permitir que eles ocorram novamente”, ponderou.
Em seguida, o parlamentar chamou a atenção para as potencialidades do Tocantins. “Já falei diversas vezes sobre essa questão do endividamento, do desequilíbrio econômico e financeiro, mas creio que o Estado precisa agora retomar o caminho do desenvolvimento, são 29 anos de emancipação, o momento é de avaliarmos o que o Estado tem de mais forte, que são as suas potencialidades, é um Estado agropastoril e de produção primária, um Estado que precisa ser redimensionado, revisado, tanto sob o ponto de vista tributário, da máquina, quanto sob o ponto de vista de indução do desenvolvimento”, ressaltou.
Paulo Mourão frisou o papel da agricultura e da pecuária na economia estadual. Segundo ele, o setor agrícola e a bovinocultura são o suporte econômico Estado. “Sem falar que a economia é balizada na arrecadação tributária, sob o ordenamento da economia”, destacou.
O parlamentar lembrou que para este ano a safra prevista é de quatro milhões e meio de toneladas de grãos, que segundo ele, representa 50% a mais do que a safra de 2016 que foi de dois milhões e 900 mil toneladas de grãos. “Pelo caminho da produção nós poderemos melhorar a economia e precisamos agregar além do agro business. O Estado implantar políticas de produção que incentivem a agricultura familiar e fortaleçam a economia popular, são essas ações que o Estado ainda fica sem terminar, sem concluir as cadeias produtivas”, lamentou.
Paulo Mourão explicou que a falta de apoio nos polos produtivos criados durante esses 29 anos foi decisiva para que o setor não avançasse mais. “Observemos que ao longo dos últimos 20 anos implantamos vários polos produtivos, o primeiro quando ainda era Goiás, o projeto Rio Formoso e é um dos orgulhos do Brasil porque em termos de área contínua irrigada ainda continua sendo um dos maiores projetos do mundo. Depois tivemos os projetos que se desenvolveram por iniciativa privada no Vale do Javaés e Formoso; depois áreas incentivadas por políticas públicas, como o projeto Sampaio, que acabou não redundando em nada por erro de planejamento do governo; áreas como o projeto São João, projeto Manuel Alves que ainda não cumpriram a sua função produtiva e social, também por equívoco no processo da produção e comercialização”, elencou.
Mourão, frisou que são projetos que o governo implantou com recursos públicos, mas não deu seguimento ao processo da produção. “Dou como exemplo a questão do polo produtivo implantado no centro do Estado com base agroindustrial em Porto Nacional, que nós temos orgulho quando prefeito de ajudar a fortalecer e implementar toda as ações no Estado, empresas como a Bunge a Granol , multigreen que são ações que fortaleceram a agroindústria, mas que por equivoco de política do próprio governo não conseguiram ter o apoio para ampliação do processo produtivo e ainda continua emperrada”, alfinetou. “A Granol está limitada a 30% da sua capacidade de produção porque ainda não temos uma ponte para escoar a produção do biodiesel, não temos ponte pra escoar a produção do farelo de soja, da torta para a ração, das parafinas que poderiam ser agregados dos sub produtos”, continuou.
O deputado petista lembrou-se da conquista da Ferrovia Norte sul e como essa importante obra poderia influenciar na economia tocantinense. “Até agora a Ferrovia Norte-Sul não integrou a economia do nosso Estado, portanto não fortalece o processo produtivo, nem estimula o fortalecimento das cadeias produtivas.Temos cadeias produtivas do leite, dos pequenos animais, avicultura, suinocultura, bovinocultura eu creio que são essas ações que precisamos debater para ajudarmos o governo a repensar os caminhos alternativos e os processos de retomada do desenvolvimento”, ressaltou.
Mourão encerrou o discurso defendendo a geração de emprego e conclamando a união de esforços dos políticos em prol do fortalecimento do Tocantins. “Se o Estado não voltar a gerar emprego, não voltar a fortalecer a sua economia, nós vamos ter um problema grave de falência da capacidade financeira e da gestão pública”, afirmou. “É neste sentido que nós temos que nos despir de qualquer vaidade ou desentendimentos políticos e nos abraçarmos num processo de salvarmos o Estado para o desenvolvimento pleno sustentável gerador de emprego e melhor renda”, finalizou.