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Foto: Divulgação

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Roberta Araújo, técnica do Laboratório de Meteorologia e Climatologia (LABMET) da Universidade Federal do Tocantins (UFT) do Câmpus de Palmas, é a responsável pelo desenvolvimento de um eficiente sistema de simulação que prevê a produção de soja na região do Matopiba. A pesquisa, que faz parte da tese de doutorado da meteorologista, denominada “Impacto das mudanças climáticas sobre a produtividade e pegada hídrica da soja na região do Matopiba”; e de outras duas teses de 2014 e 2016, respectivamente das servidoras da UFT, Clemilda Nunes e Alessandra Lima, simula os cenários futuros da produtividade e pegada hídrica da soja, tendo sido necessário o ajuste de um modelo de predição de produtividade.

Roberta conta que foram realizadas a calibração e a validação do modelo de simulação de produtividade chamado AquaCrop, entre os anos de 2014 e 2016, através de campanhas experimentais na área de experimentação da UFT no Câmpus de Palmas. Feitas em período seco e chuvoso, as campanhas continham o objetivo de coletar parâmetros de clima, solo e cultura da região tocantinense.

O estudo gerou um artigo, publicado para a produção de um press-release, intitulado "Calibração e validação do modelo AquaCrop para a cultura de soja cultivada mediante diferentes níveis de irrigação na região de Matopiba, Brasil", disponível para leitura na página online do periódico científico Ciência Rural. Nele, há a descrição do cultivo da soja como experimento para sete tratamentos de irrigação, durante a estação seca; e um tratamento de sequeiro, na estação chuvosa.

O resultado do estudo obteve a indicação de que a soja pode ser utilizada para esse tipo de simulação sob condições climáticas tropicais, como da região do Matopiba. Assim, pode-se saber a quantidade de soja no local e, consequentemente, a melhoria na gestão dos recursos hídricos da região que evita o desperdício de dinheiro e tempo em experimentos de campo, como afirma Roberta.

A doutoranda em Meteorologia escolheu desenvolver a técnica na região do Matopiba - que reúne os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia - por ter o diferencial de se destacar, nos últimos anos, na produção de grãos para exportação, como a soja, que sofre com as diferenças climáticas. “Pesquisas como a nossa permitem a simulação dos rendimentos de grãos em resposta à variabilidade do clima e solo e podem auxiliar os agricultores desta região na tomada de decisão”, ressalta Roberta.