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Polí­cia

Seu Ademar morreu no dia 10 de junho em Novo Acordo

Seu Ademar morreu no dia 10 de junho em Novo Acordo Foto: Divulgação

Foto: Divulgação Seu Ademar morreu no dia 10 de junho em Novo Acordo Seu Ademar morreu no dia 10 de junho em Novo Acordo

Parentes e amigos de um senhor de 69 anos morto no dia 10 de junho em Novo Acordo durante uma abordagem policial querem a remoção dos dois policiais militares que atenderam a ocorrência da cidade. A comunidade responsabiliza os dois policiais pela morte do senhor Ademar Glória Paixão e decidiu, em uma reunião realizada nesta segunda-feira, 18, fazer um abaixo-assinado pedindo a saída dos dois policiais da localidade.

A ex-esposa da vítima, Douraci Carvalho, tomou a iniciativa de mobilizar a comunidade local para que fossem tomadas providências quanto à morte do ex-marido. Dona Douraci, que mora em Porto Nacional, foi até Novo Acordo apenas para acompanhar o caso e criou uma pequena comissão que tem realizado reuniões para tomar providências. “Nós fizemos uma reunião ontem [segunda-feira] e foi a comunidade que decidiu fazer um abaixo-assinado pedindo a saída desses policiais. Tem um deles que já tem outro relatos de abusos aqui e a comunidade quer a saída mesmo”, relatou.

Testemunhas disseram que no dia 10 de junho, por volta das 11h da manhã, seu Ademar passava por uma das avenidas principais da cidade e carregava um facão. Ao perceber que o objeto na mão do idoso os policiais o abordaram e pediram para que ele parasse e entregasse o facão. O homem não obedeceu, os policiais insistiram e, nervoso, seu Ademar começou a fazer ameaças e bater na viatura com o facão. Um dos policiais teria atirado na coxa do homem que, já caído, ainda foi imobilizado com o uso de cacetete.

O idoso perdeu muito sangue, foi levado para o hospital mas não resistiu e morreu. A família registrou boletim de ocorrência atribuindo a morte à abordagem desastrosa da polícia.

De acordo com a ex-esposa da vítima, seu Ademar tinha problemas mentais. “Ele sofria de transtorno bipolar e se recusava a tomar os remédios que controlavam o humor dele. O resultado é que ele ficava muito nervoso facilmente, dependendo da forma como era abordado. Mas a verdade é que, apesar do problema mental, ele nunca havia feito mal a ninguém e não era um risco para a comunidade”, disse.

Sobre o caso a Polícia Militar disse que foi acionada para intervir em uma ocorrência de agressão, cujo autor estava de posse de uma arma branca, o facão relatado pela testemunha. Uma equipe da cidade teria então realizado a “abordagem e identificação do autor, mas este continuou a ameaçar a equipe, com facão, inclusive desferindo golpes na viatura PM, ameaçando os policiais”.

A corporação informou ainda que, ao tentar tirar o facão de seu Ademar, os policiais teriam utilizado um procedimento padrão utilizando arma de fogo para fazer um disparo de advertência, sem sucesso. O policial então fez um segundo disparo que atingiu a perna da vítima. Os policiais teriam prestado socorro a seu Ademar que foi levado ainda com vida ao hospital.

Ainda segundo a polícia, após a ocorrência, os policiais se apresentaram e foi aberto um inquérito policial militar para apurar o caso.

Confira abaixo a nota na íntegra.

A Polícia Militar foi acionada para intervir em ocorrência de agressão, cujo autor estava de posse de uma arma branca, um facão.

Uma equipe da cidade de Novo Acordo realizou abordagem e identificação do autor, mas este continuou a ameaçar a equipe, com facão, inclusive desferindo golpes na viatura PM, ameaçando os policiais.

Na tentativa de desarmar o agressor, utilizou-se de procedimentos previstos no POP - Procedimento Operacional Padrão da PM, incluindo uso da força e arma de fogo. Foi efetuado disparo de advertência, mas sem sucesso. Realizado segundo disparo, este na perna da vítima, a qual foi imobilizada e algemada. Cessada a injusta agressão, a equipe providenciou socorro até o posto de saúde mais próximo, na cidade de Novo Acordo, sendo atendido com vida.

Os militares se apresentaram à autoridade policial militar para os procedimentos cabíveis, no que já foram adotadas as medidas preliminares e um Inquérito Policial Militar foi aberto para apurar os fatos. Os materiais envolvidos na ocorrência ficaram à disposição da justiça, sendo recolhidos pela Unidade Policial, conforme previsão legal.