A prefeita de Palmas Cinthia Ribeiro se manifestou a respeito da polêmica da alteração do nome de uma creche localizada na quadra 1006 Sul. Segundo a prefeita, ela teria recebido apenas os nomes de todos os Centros Municipais de Educação Infantil para sancionar. “De forma muito republicana, sancionei em respeito a decisão da Câmara, projeto aprovado pela maioria absoluta”, manifestou.
Cinthia Ribeiro disse ainda que não soube da alteração do nome e a justificativa para a mudança, ou que tenha tomado conhecimento sobre a “simbologia do arco-íris”. “Tenho minhas convicções pessoais e valorizo acima de tudo o respeito entre pessoas, grupos e instituições sem rótulos e sem pré-conceitos. Independente de religião sou contra o fanatismo que toma espaço e proporções desastrosas, às vezes fere tanto…” Declarou a prefeita.
A prefeita disse ainda em resposta a um seguidor em seu perfil na rede social Twitter que caso houvesse em algum momento um debate sobre a alteração do nome ou simbologia do arco-íris, ela mesma “vetaria sem pensar duas vezes”. “Não vejo nada q [sic] justificasse a substituição do nome, e ele foi escolhido anteriormente pela própria gestão. Se eu tivesse algo contra o nome teria discutido com a própria SEMED”.
Entenda
A creche localizada na região sul de Palmas, que sequer teve as obras concluídas, receberia o nome de CMEI Arco-Íris - nome escolhido pela própria prefeitura. Entretanto, o vereador Felipe Martins (PSC) interveio e apresentou projeto de lei na câmara para que o nome fosse alterado alegando que a palavra arco-íris é utilizada como forma de “promoção do homossexualismo”.
O projeto foi aprovado por unanimidade entre os vereadores e posteriormente sancionado pela prefeita. O nome da creche passou então a ser CMEI Romilda Budke Guarda, em homenagem a uma líder comunitária da região onde fica localizada a creche. O projeto foi publicado no Diário Oficial da Prefeitura de Palmas do dia 9 de julho.
A OAB Tocantins, por meio da Comissão de Diversidade Sexual, repudiou a atitude do vereador, principalmente por tratar o caso como uma doença ao utilizar o termo “homossexualismo” em seu projeto. O sufixo ismo remete, segundo a Organização Mundial da Saúde, a doenças.
A creche que deveria ter sido entregue em janeiro deste ano está atrasada. O custo da obra é de R$ 2 milhões. A unidade educacional foi projetada para ter 8 salas e capacidade para atender 450 crianças. A prefeitura disse por nota que já arcou com 100% da contrapartida e aguarda a verba do Governo Federal para concluir a obra. A previsão é de que a creche fique pronta ainda este ano.