Desde a última terça-feira, 31 de julho, o expediente dos órgãos e entidades da Prefeitura de Palmas/TO passou a ser de 13h às 19h. No mês de junho, a jornada de trabalho dos servidores municipais já havia sido modificada, passando a ser 6h diárias ao invés de 8h. Os órgãos do Governo Estado também estão com expediente reduzido, funcionando das 8h às 14h.
Para a Câmara de Dirigentes Lojistas de Palmas (CDL), o novo horário de funcionamento é prejudicial. Conforme explicou o presidente da entidade, Silvan Portilho, o comércio esperava que a partir do final de julho a jornada de trabalho do município voltasse ao seu horário normal. “A nova mudança de horários vai acarretar prejuízos para a economia da Capital. O que seria benéfico para o comércio era a Prefeitura e o Estado funcionarem durante todo o horário comercial, isso sim traria impacto positivos. A produção seria maior, assim como o consumo. O comércio vai ser muito impactado com esse novo expediente”, disse. O presidente pontuou ainda que esta é uma demanda do comércio em geral, que o horário volte ao normal.
Levando em consideração que, segundo o IBGE, a cidade de Palmas possui 7945 empresas exercendo suas atividades comerciais, estando entre as 100 cidades que mais possuem empresas no Brasil, investir nesse setor é essencial. “Essas empresas são responsáveis por mais de 126 mil assalariados, por isso é tão importante que os órgãos públicos levem em consideração todo esse contexto, para que esse setor cresça ainda mais”, destacou Silvan.
As empresas que mais serão impactadas são as do setor alimentício e aquelas que estão localizadas próximas aos órgãos públicos. “As empresas como lanchonetes e restaurantes serão as que mais vão sofrer com isso. Entendemos que essa mudança trará diversas alterações na rotina dos servidores, que representam uma grande parcela dos consumidores. É importante destacar que, se o estabelecimento vende menos, consequentemente ele deve produzir menos, o que deve refletir no número de funcionários. Além disso, o município também perde arrecadação”, destacou Silvan. Conforme dados da CDL, no primeiro semestre deste ano a economia de Palmas apresentou uma queda de 3% e para que o comércio tenha um bom resultado neste próximo semestre, é preciso que o poder público demonstre apoio.
Em sua página na internet, a prefeitura justifica a alteração da seguinte maneira: “Com a mudança, os servidores não pegarão os horários de pico no trânsito para se deslocar ao trabalho (o fluxo das 12h e das 18h); poderão organizar melhor seu horário de almoço; terão oportunidade de resolver situações junto ao Estado, no período da manhã, dentre outras”. O presidente da CDL Palmas explicou que tais motivos não podem estar a frente das necessidades de desenvolvimento do comércio. “Palmas têm suas ruas e avenidas planejadas e com boa fluidez no trânsito, não havendo prejuízos à livre circulação”, explicou.
Um ofício foi encaminhado para a Prefeitura de Palmas, solicitando a revogação do decreto. Outro ofício foi também levado para a administração do Estado do Tocantins, solicitando o retorno do expediente de 8h. “A CDL Palmas se vê na obrigação de intervir toda vez que medidas adotadas por órgãos públicos ou outras entidades e sindicatos possam prejudicar o desenvolvimento do comércio. Trabalhamos todos os dias para melhorar a economia e realizamos diversas ações que são boas para o varejo, trazendo desenvolvimento, renda e empregos”, finalizou Silvan Portilho.