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Palmas

Foto: Divulgação

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O Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/TO) levou na noite desta última segunda-feira, 3, para o auditório do Sebrae, a oficina Ética na Arquitetura. Com a participação de arquitetos, acadêmicos e conselheiros do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR), o evento teve como objetivo fomentar o debate acerca das condutas éticas e da prática conhecida como Reserva Técnica (RT).

A RT se caracteriza pelo recebimento de comissão por parte do arquiteto, seja na forma de dinheiro ou benefícios, como viagens, para que ele indique determinada loja ou produto. Foi explorando esse aspecto que o presidente do CAU/PR, Ronaldo Duschenes, iniciou a noite com a palestra Ética na Arquitetura. De acordo com Duschenes, as questões morais que regem a vida como um todo vão mudando ao longo do tempo e acabam por chegar à vida profissional e conduzir algumas práticas. “Se aprendêssemos a ser éticos desde pequenos seria ótimo, mas nem sempre é assim. Existem alguns comportamentos de arquitetos que se assemelham a atos de corrupção, uma vez que são atos escondidos, não declarados. E eu vejo que a tendência nos últimos anos é que esse tipo de comportamento só aumente, uma vez que o número de profissionais vem crescendo e, com isso, a disputa no mercado vai ficando mais acirrada, fazendo com que eles passem a aceitar comportamentos antiéticos”, concluiu.

Para o coordenador da Comissão de Ética e Disciplina do CAU/BR, Guivaldo D’alexandria, a atitude ética é um atitude individual e, por isso, mais subjetiva. “O indivíduo, conhecendo as normativas que regulam a profissão, deve agir de acordo com a sua decisão. Não é um ato impositivo, e o CAU/BR legisla a partir das necessidades para que se estabeleça um bom convívio, cabendo ao profissional a decisão de seguir ou não. Mas na essência o que deve acontecer é o profissional perceber que ele está a serviço da sociedade, devendo emprestar a ela o seu conhecimento através da prestação de um serviço de competência técnica, com atitudes que sejam as melhores para todos”, pontuou.

De acordo com o presidente do CAU/TO, Silenio Camargo, o evento foi promovido pensando também na ampliação do debate junto aos futuros profissionais e aos clientes desses arquitetos. “Essa discussão é uma discussão nacional e nós temos que alinhar os pensamentos e as diretrizes para sabermos como lidar com o problema, que é a falta de ética”, ressaltou. Ainda segundo o presidente, o conselho do Tocantins não recebeu nenhuma denúncia recente desse tipo de prática, mas, mesmo assim, o debate foi realizado para que esse comportamento não vire uma cultura. “Nós queremos conscientizar tanto os arquitetos quanto os lojistas para que essa prática não venha a se tornar uma cultura, e que os arquitetos possam competir de igual para igual, considerando que quem deve remunerar o arquiteto é o seu cliente e não o fornecedor”, finalizou.  

Aprofundamento

O CAU/BR tem promovido, em parceria com os conselhos regionais, debates sobre o tema nos mais diversos estados. Na tarde desta segunda-feira, 3, as comissões de ética do CAU/BR e do CAU/TO debateram o assunto de maneira mais profunda com representantes do Núcleo Tocantinense de Decoração, da Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção e do Ministério Público Estadual. Os debates continuam nesta terça e quarta-feira, sendo fechadas para o público.