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Estado

Foto: Divulgação

O Governo do Tocantins, por meio da Agência Tocantinense de Transportes e Obras (AGETO), dará início na próxima semana às obras de melhorias em estradas vicinais na área indígena Karajá/Xambioá, no município de Santa Fé do Araguaia.

A empresa responsável, a M.A Engenharia e Construções Ltda,  está finalizando a mobilização de operários e deve iniciar os trabalhos na próxima quarta-feira, 10.

As melhorias fazem parte do Projeto de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável (PDRIS), financiado pelo Banco Mundial.  O objetivo é facilitar a trafegabilidade do povo da região dando acesso a escolas e interligando as aldeias.

A localidade foi contemplada com a construção de sete bueiros tubulares, uma ponte de 20 metros e 5.660 metros de cascalhamento de estradas. O valor do investimento é de R$ 668 mil e o prazo contratual é de 120 dias, mas a previsão do Governo do Tocantins é de que as obras sejam entregues em dezembro.

As melhorias irão beneficiar 128 famílias, divididas nas quatro aldeias da etnia, existentes na região ao longo do Rio Araguaia. Os trechos contemplados foram apontados pelos indígenas em audiências públicas realizadas dentro da comunidade. “As consultas têm o objetivo de conhecer a real necessidade de cada comunidade”, explicou o técnico da Ageto, Rômulo Rogério Jacome.

Essa é a segunda área indígena tocantinense a ser contemplada com o projeto considerado pioneiro no Brasil. A área indígena Xerente/Funil, localizada na região de Tocantínia já recebeu as obras de melhorias. Lá, o investimento foi de R$ 1.960.702,22.

Reunião

Depois de confirmarem o início da obra, técnicos da Ageto, do Banco Mundial, da Seplan e do Ibama reuniram-se na manhã desta quinta-feira, 4,  para apresentar  à empresa  as orientações ambientais e sociais relacionadas aos serviços.

Além dos cuidados ambientais previstos no projeto, a empresa também foi orientada quanto aos cuidados com a instalação do canteiro de obras, ao descarte do lixo, a instalação de banheiros e ao comportamento de seus operários. “É proibida a caça e a pesca em terras indígenas e os operários têm que saber disso para não cometerem atos ilícitos”, destacou Jacome.

A Ageto também alertou a empresa quanto ao respeito à cultura indígena com o objetivo de facilitar o relacionamento dos beneficiários com os trabalhadores. A previsão é de que o grupo de trabalhadores seja capacitado com a finalidade de conhecer um pouco mais sobre os costumes dessa comunidade.

Além da capacitação dos operários, o projeto também prevê alternativas que facilite a comunicação entre os indígenas e os órgãos envolvidos no projeto. “Nós vamos colocar toda a sinalização em português e na língua materna deles e vamos ficar atentos a qualquer demanda para podermos solucionar de forma adequada”, disse o técnico, frisando que um sistema de reclamações, informações e denúncias deve ser instalado no local para captar as demandas indígenas.