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Polí­tica

Logo após prestar depoimento na CPI do Previpalmas, o ex-prefeito de Palmas, Carlos Amastha (PSB) concedeu entrevista coletiva à imprensa que acompanhava seu depoimento durante a sessão.

Amastha declarou que a composição com partidos políticos para indicar gestores de órgãos públicos, como o caso do Previpalmas, é comum e que não esperava que um gestor indicado politicamente pudesse causar problemas ao instituto. Também voltou a insistir que, por enquanto, não se pode falar em irregularidades e culpados, já que os fatos ainda estão sendo apurados.

Confira as declarações de Carlos Amastha aos jornalistas na entrevista abaixo.

O senhor falou que os presidentes do Previpalmas foram indicações de partidos políticos ou da procuradoria-geral do município. Isso não demonstra que faltou acompanhamento de sua parte na gestão?

Definitivamente não. A gestão pública é isso. Na gestão pública existe a composição e se governa desta maneira. Eu tenho muito orgulho destas articulações durante estes anos porque os resultados estão aí para os palmenses verem. Hoje temos a melhor educação e saúde do Brasil. Tantas conquistas que tivemos foram frutos destas articulações. Se governa com os partidos, se governa com a câmara de vereadores, se governa com a sociedade civil organizada. Acontece coisas erradas no processo, isso é evidente, mas o que importa é o balanço geral. E o balanço do que aconteceu em Palmas nestes 5 anos de gestão é altamente positivo e visível aos olhos.

Como o senhor explica a tomada de decisão de aplicar o dinheiro do Previpalmas nos dois fundos, Cais Mauá e Tercon?

Foi exatamente quando soubemos desta denúncia que imediatamente nomeamos um presidente, abrimos uma comissão, fomos ao Ministério Público Federal, fomos à justiça e pedimos também para que esta casa abrisse essa CPI para que fosse investigado se houve alguma coisa errada. Eu não sou órgão de controle nem julgador. Eu cumpri minha obrigação. No momento em que recebi a denúncia, imediatamente tomei todas as medidas para que isso não ocasionasse nenhum prejuízo ao nosso instituto que sempre foi um orgulho de nossa gestão.

O senhor acha que houve falha de sua parte em não ter acompanhado todo o trâmite das aplicações?

Com certeza não. Cada um tem sua responsabilidade dentro da gestão, eu tenho certeza que me eximi de cumprir as minhas obrigações. Acho que hoje ficou muito claro, durante todo este procedimento quando um gestor não se esconde, não se oculta e imediatamente toma as medidas necessárias para defender a coisa pública. Então em momento algum alguém pode dizer que eu errei nas minhas decisões. Se alguém errou, certamente não foi o prefeito e muito menos com anuência do prefeito.

O senhor informou hoje que não tinha conhecimento das decisões do conselho de previdência, das atas, a política de investimento. Isso não demonstra que o senhor se eximiu?

Com certeza não. Se tivesse qualquer dúvida ou desconfiança, iria para dentro do processo. Quando a gente teve essa desconfiança por causa da denúncia, foi o que a gente fez.

Mesmo com os partidos indicando os presidentes?

Como eu disse, a gente recebeu um instituto com R$ 230 milhões e entregamos com mais de R$ 650 milhões e nunca na vida atrasamos uma contribuição ao instituto e sempre foi muito bem gerido, até porque, insisto, o fato de um partido indicar um presidente não quer dizer que vai ser mal gerido e administrado. Se foi tão bem gerido durante tantos anos com o mesmo mecanismo, a gente não pode culpar a política desta gestão de um eventual erro de um gestor que ainda não foi provado, mas que para isso existe essa CPI, a investigação e o inquérito na Polícia Federal e no Ministério Público Federal.

O senhor insiste que as irregularidades ainda estão sendo apuradas, mas os presidentes do Previpalmas e do Conselho de Previdência afirmaram que houve irregularidades e foi aberto processo judicial para tentar recuperar este recurso. O que o senhor acha que ainda falta para comprovar estas irregularidades?

Quem mandou abrir este processo judicial fui eu. A nova gestão está dando continuidade ao processo. O que a gente achou na primeira análise é que aqueles limites e que a política de investimentos não tinham sido cupridas conforme o que tinha sido aprovado, por isso resolvi entrar na justiça. A gente não pode condenar alguém até que haja a devida investigação e o direito de defesa. Eu não vou julgar, não posso garantir que alguém tenha agido de má fé e por isso a gente pediu para se criasse essa CPI, levamos documentação para o Ministério Público Federal, Polícia Federal e por isso me coloco à disposição todas as vezes que forem necessárias porque é obrigação do gestor público prestar todos os esclarecimentos que sejam requeridos pela sociedade.