Cuidar da horta é a mais nova terapia aplicada às crianças e adolescentes da Casa de Acolhimento Ana Caroline Tenório, em Araguaína. O objetivo da atividade é socializar e aumentar a autoestima dos meninos e meninas que estavam em vulnerabilidade social. O plantio dos alimentos foi realizado há cerca de 10 dias, em parceria com o curso de Zootecnia da Universidade Federal do Tocantins (UFT).
De acordo com a psicóloga da casa, Cleide Nascimento Silva, o trabalho é importante para dar uma vivencia familiar ao local. “A maioria dos jovens quando chega à casa acaba ficando isolado, depressivo. Então, aplicamos essas atividades terapêuticas em grupo para que se sintam incluídos. É um momento de convivência”, explica.
O local tem produção de várias hortifrútis, como tomate, rúcula, alface, cebolinha, cenoura e tomate. As paredes próximas à horta foram decoradas com paletes, que receberam pinturas elaboradas pelos acolhidos. Os objetos também servirão de suporte para uma futura horta vertical.
Novos ares
Pela necessidade de atenção diária, a horta incentiva uma responsabilidade que a estudante L.S., 15 anos, disse gostar. “Eu venho aqui todos os dias. É tão bom cuidar de algo. Acho diferente das outras atividades que temos, porque a horta tem vida”, destacou.
A também acolhida e estudante J.S., 14 anos, entende ainda que o local prepara para vivências futuras. “Eu gosto das atividades de dança e pintura, mas o que aprendemos com a horta é bom para, no futuro, saber fazer em nossa casa”, planeja.
Mais espaços
A casa também recebeu neste mês uma biblioteca com mais de mil livros, por meio de uma parceria entre Prefeitura de Araguaína e Centro Universitário Unitpac. São livros selecionados para crianças e adolescentes de várias idades e contribuem com o aprendizado e imaginação.
Para manter as estantes com obras atualizadas, a casa conta com doações, que podem ser feitas durante todo o ano.
Acolhimento
Com sede própria desde julho, a Casa de Acolhimento Ana Caroline Tenório abriga atualmente 26 meninas e 14 meninos, entre zero e 18 anos, que estão em situação de vulnerabilidade social. Mantida pela Prefeitura de Araguaína, a casa foi pensada no conforto e bem-estar das crianças que passarem pela unidade, que fica próximo à Via Lago.
Muitas dessas crianças e adolescentes estavam expostas às drogas, ao abandono pelos pais biológicos ou responsáveis, maus tratos, violência doméstica, abuso físico e sexual, negligência, dentre outros fatores que as colocavam em risco de morte.