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Estado

Foto: Divulgação

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Foi concluído o relatório sobre denúncias de assédio moral e sexual no Corpo de Bombeiros do Tocantins elaborado pela Comissão Especial de Acolhimento e Acompanhamento de Denúncias de Assédio Sexual e Moral da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional do Tocantins. 

Segundo a OAB, o trabalho foi realizado de forma minuciosa, com todo o cuidado que o caso exige e, em observância aos princípios da presunção de inocência, do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal o relatório completo foi remetido ao Ministério Público Estadual com todos os documentos e oitivas. O documento tem cunho sigiloso para resguardar a imagem dos envolvidos e está disponível apenas para análise o MPE/TO, órgão que realiza a apuração do caso.

“Quero parabenizar a comissão pelo trabalho isento, qualificado e sério que eles realizaram durante esse período que envolve um tema complexo mas de interesse de toda a sociedade. O desafio foi grande, e portanto, encarado com toda a seriedade que o caso exigia, finalizando este belo trabalho que orgulha a Ordem”, ressaltou o Presidente da OAB/TO, Gedeon Pitaluga. 

Todas as supostas vítimas ouvidas relataram que possuem um sentimento de orgulho pela profissão que exercem, por estas razões, não comungam com a postura de seus superiores que ultrapassa a rigidez do protocolo militar. Há por parte dos declarantes uma descrença generalizada de denunciar através dos meios administrativos e o receio de expor a imagem da corporação.

“Para nós foi gratificante realizar este trabalho porque enquanto OAB acolhemos as suposta vítimas, a todos que estavam envolvidos, e também demos uma resposta a sociedade na defesa do cidadão. Sempre respeitando o princípio do contraditório e da ampla defesa demos oportunidade às partes envolvidas na denúncia”, afirmou Delícia Feitosa, presidente da Comissão de Acolhimento. 

Confira abaixo a Nota Pública da OAB/TO relacionada ao caso.

Nota pública

A Comissão Especial de Acolhimento e Acompanhamento de Denúncias de Assédio Sexual e Moral da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional do Tocantins, instituída em 17 de janeiro de 2019 e composta pelos seguintes membros: Delícia Feitosa Ferreira – OAB/TO 3818 - Presidente, Jandra Pereira de Paula - OAB/TO 7021 -Vice-presidente, Advânia Tavares dos Santos - OAB/TO 8841 – Secretária-Geral, Cristian Sendic Sudbrack - OAB/TO 6525 - Membro e Willian Farias Pimentel - OAB/TO 8759 – Membro, apresenta o trabalho conclusivo de suas atividades desenvolvidas entre a datas de sua criação e 28 de março de 2019, nos termos a seguir apontados.

Inicialmente foram definidas diretrizes de atuação e protocolo de acolhimento e acompanhamento de denúncias de assédio sexual e moral. As denúncias haviam sido levadas ao conhecimento do Ministério Público Estadual (MPE) em 2018, por essa razão a Comissão buscou informações junto ao MPE sobre o andamento do Procedimento de Investigação Criminal referente ao caso. Na ocasião ficou definido que os relatos apurados pela Comissão Especial seriam enviados ao MPE para providências cabíveis. Foram ouvidas supostas vítimas, Bombeiros Militares, que declararam ter receio de formalizar reclamações perante a Corregedoria da Corporação do Corpo de Bombeiros do Estado do Tocantins, pois têm medo de retaliações, uma vez que os possíveis assediadores são oficiais e alguns fazem parte da corregedoria e que todos que reivindicam direitos são “marcados”. Que foram relatados pelas supostas vítimas casos de assédio moral e sexual praticados por seus superiores. Todas as pessoas ouvidas relataram que sofreram/sofrem problemas de saúde em decorrência dos assédios sofridos, ocasionando diversas patologias, sendo as mais citadas: isolamento, comportamento agressivo, depressão, síndrome do pânico, perda de peso, insônia, angústia, ansiedade, tristeza, baixa autoestima, pensamentos suicida e homicida. Mencionaram que os assédios teriam sido praticados em particular e em público, perante outros colegas de serviço e que esta seria uma conduta reiterada e praticada por seus superiores, desde o curso de formação. Apresentaram, em muitos casos, provas documentais e testemunhais do que foi reportado.

Todas as supostas vítimas ouvidas relataram que possuem um sentimento de orgulho pela profissão que exercem, por estas razões, não comungam com a postura de seus superiores que ultrapassa a rigidez do protocolo militar. Há por parte dos declarantes uma descrença generalizada de denunciar através dos meios administrativos e o receio de expor a imagem da corporação. A OAB/TO, reconhecendo a relevância das denúncias e a importância institucional e social do Corpo de Bombeiros, em observância aos princípios da presunção da inocência, do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, remeteu o relatório completo com documentos e oitivas, com cunho sigiloso para resguardar a imagem dos envolvidos, ao Ministério Público Estadual para análise e providências cabíveis.

Palmas, 17 de abril de 2019.

Gedeon Pitaluga Junior

Presidente da OAB/TO

Delícia Feitosa Ferreira – OAB/TO 3818

Presidente da Comissão Especial

Jandra Pereira de Paula - OAB/TO 7021

Vice-presidente da Comissão Especial

Advânia Tavares dos Santos - OAB/TO 8841

Secretário-Geral da Comissão Especial

Cristian Sendic Sudbrack - OAB/TO 6525

Membro da Comissão Especial

Willian Farias Pimentel - OAB/TO 8759

Membro da Comissão Especial