Sempre ligada na economia doméstica, Maria de Fátima Costa Severino tem buscado respostas para o aumento de consumo de energia de sua casa. Ela é servidora pública aposentada e diz que mesmo sem comprar novos equipamentos ou alterar a rotina de casa, com visitas, ainda assim ela observou que a conta de luz aumentou. “Não entendo direito o porquê de estar pagando mais na conta. A única coisa que mudou aqui foi o clima, pois entramos no período de estiagem.” Mas essa dúvida, não ronda só os pensamentos de Maria de Fátima. Muitas pessoas questionam o valor da conta, principalmente nos meses mais quentes do ano. Mas o que será que provoca esta variação?
Andréa Albernaz, coordenadora de Leitura da Energisa explica que “no período seco, mudamos os hábitos naturalmente e essas alterações provocam a variação do consumo. Por isso, precisamos observar para entender como está a nossa atitude em relação ao uso de energia. São pequenas ações no dia a dia que fazem toda a diferença no final do mês”.
Só para se ter uma ideia, automaticamente, quando sentimos a temperatura lá nas alturas, usamos com maior frequência os equipamentos elétricos de refrigeração. Com isso, passam a consumir mais energia para amenizar a temperatura quente do ambiente. O engenheiro eletricista da Energisa, Roger Pereira, explica que há uma forma de não forçar muito os aparelhos de refrigeração como ar condicionado, geladeira e bebedouro. Basta usar uma temperatura média e nunca muito baixa. “Mesmo que não haja mudança nos hábitos de consumo, haverá variação por conta do calor intenso. Isso acontece porque os aparelhos que resfriam o ar, como o ar condicionado, é natural gastar mais energia para transformar o clima interno. Por exemplo, quando colocamos a temperatura mais baixa no ar condicionado, em 17 graus, e o clima ambiente é de 35 graus, o equipamento terá que fazer muito esforço para resfriar o local e dificilmente vai chegar aos 17. Mas se você colocar em 23 ou 24, o ambiente será refrigerado de forma gradativa e assim terá conforto sem um elevado consumo de energia”, comenta.
O ar condicionado também precisa ter, frequentemente, a limpeza dos filtros. “Quando o ar condicionado está com os filtros sujos, ele trabalha mais e com isso gasta mais energia. O cuidado com limpeza e manutenção dos aparelhos elétricos, faz toda a diferença na conta de energia”, ressaltou Roger.
Outro ponto que deve ser observado na fatura e que impacta no valor da conta de energia, é a quantidade de dias faturados, que pode variar de 27 a 33 dias.
Economia de energia
A energia elétrica pode ser economizada a partir da escolha dos equipamentos que são utilizados. Roger Pereira conta que na hora de adquirir um produto o recomendado é que ele tenha o selo Procel de economia de energia e de preferência, categoria A. “Os aparelhos da categoria ‘A’ são os mais eficientes no consumo de energia. A longo prazo, a economia gerada com esse tipo de equipamento, comparado em valores, pode chegar ao preço de um equipamento novo. Por isso, é tão importante verificar o selo na hora de comprar”.
A troca das lâmpadas comuns por LED também ajuda na economia. Comparadas as lâmpadas fluorescentes, as de LED podem ser até 30% mais eficientes e econômicas. Assim como, deixar as luzes apagadas quando não houver ninguém no ambiente.
Roger Pereira lembra ainda que equipamentos como geladeira e freezer precisam ser instalados em locais bem ventilados e “só devem ser abertos quando há realmente necessidade. As borrachas de vedação da porta devem estar em bom estado de conservação. Uma dica de como verificar essa vedação é colocar uma folha de papel na porta da geladeira e fechar. Se o papel não ficar preso e cair, significa que a borracha precisa ser trocada”.
Chuveiro elétrico
Mesmo com o calor desta época do ano, há quem não abra mão do chuveiro elétrico, com água quente, na hora do banho. Se você também é assim, o engenheiro explica que o ideal é um banho rápido, de até cinco minutos e na posição verão, assim, o aquecimento da água é menor e, também o consumo de energia elétrica.
Jaciara Barros, colunista social, já colocou em prática essas dicas e para evitar o uso do ar condicionado, ela optou por ventiladores de teto. “Como à noite o clima é mais ameno, uso o ventilador. Também troquei todas as lâmpadas por LED. Essas mudanças trouxeram uma economia de R$ 200,00 na minha conta de luz”, comemora. Um dos hábitos dela é acumular roupas para lavar e também passar, reduzindo a quantidade de energia gasta.
O uso eficiente da energia elétrica traz como benefício a economia. E, lembra da Maria de Fátima, que tinha dúvidas sobre aumento da conta de energia? Pois ela disse que com as informações, vai colocar em prática as dicas e avaliar o impacto no final do mês. “Vou observar melhor os meus hábitos e seguir essas orientações. Espero que consiga economizar e reverter esse valor para outros gastos da casa”, finaliza.
Conta de energia
O consumo de energia é um dos itens que compõe a conta. E sobre o valor, incide os encargos e tributos como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias Serviços (ICMS), pago ao Governo do Estado e que é regulamentado por Lei Estadual; para o Governo Federal são pagos os tributos do Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição sobre Operações Financeiras (COFINS). E para as prefeituras, incide a Contribuição para o Custeio da Iluminação Pública (COSIP). Há ainda as Bandeiras Tarifárias, regulamentadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL e pagas ao Governo Federal.