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Pelo segundo mês consecutivo, as exportações totais de carne bovina (in natura e processada) apresentaram forte redução em relação ao mesmo mês de 2018, informou a Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO) com base na compilação de dados do Secex do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Em setembro, foram exportadas 145.338 toneladas contra 178.489 toneladas no mesmo mês de 2018, queda de 19%. Nas receitas houve queda de 13%: em setembro de 2018 elas alcançaram US$ 698 milhões em 2019 foram de US$ 607,5 milhões. No total do ano até aqui, no entanto, as exportações ainda acumulam uma boa margem de crescimento: em 2018, até setembro, a movimentação havia atingido a 1 milhão 166 mil toneladas e em 2019 foi a 1 milhão 285 toneladas movimentadas, crescimento de 10%. Nas receitas o valor exportado em 2018 atingiu US$ 4,7 bilhões enquanto que em 2019 foi a US$ 4,9 bilhões, aumento de 5%.

Para a Abrafrigo, ainda não ocorreu reflexo nas exportações das habilitações de 17 novos frigoríficos nas vendas para a China continental, maior cliente brasileiro. As exportações feitas para o continente até setembro foram de 227.647 toneladas em 2018 para 253. 150 toneladas em 2019, aumento de 11,2%. No entanto, as vendas para a China pela cidade estado de Hong Kong vêm sendo reduzidas gradativamente: de 289.419 toneladas no mesmo período de 2018 caíram para 252.372 toneladas em 2019, redução de 12,8%. A China importou 11.538 toneladas a menos do que em 2018, portanto. Houve também redução importante nas vendas para o Irã que caíram 21,8 % em relação ao ano passado: de 66.196 toneladas foram para 51.766 toneladas.

Segundo a Abrafrigo, pelos problemas de abastecimento que a China enfrenta com a peste suína africana há algum reflexo nos preços pagos pela carne bovina brasileira. A média da tonelada de carne bovina in natura (80% das exportações) vendida em setembro foi de U,24 mil, 1,6% maior que a média de agosto e 7,4% maior que a de setembro de 2018, o maior preço recebido pela tonelada de carne in natura brasileira em toda a sua série histórica. Conforme informações da entidade, no mercado internacional, atualmente, somente o Japão e a Coreia do Sul pagam mais do que a China pelos cortes do dianteiro bovino. Com a evolução nos preços, aumenta também a concorrência no mercado internacional, com a o Brasil perdendo para a Argentina a posição de maior exportador de carne bovina a China. Para a Abrafrigo, o crescimento das exportações em 2019 deve ficar mantido ao redor de 6%, conforme as previsões do setor do início deste ano.