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Polí­tica

Foto: Divulgação

Instalada há 18 anos em Araguaína, Casa de Acolhimento Tra-Noi Dom Carlos Sterpi atende cerca de 280 pessoas por mês gratuitamente. A maioria, acompanhantes e pacientes que precisam ir até Araguaína para tratamento de saúde. Reconhecida na cidade, a Casa é mantida pela Associação Tra-Noi do Brasil. Além de doações da comunidade geral, a entidade recebe um pequeno repasse da associação Tra-Noi da Itália, que não cobre todos os custos, estimados em mais de R$ 360 mil por ano.

No entanto, para 2020 a situação financeira tende a ser bem melhor. A Casa foi um dos 12 projetos contemplados na seleção pública de iniciativas a serem beneficiadas com recursos de emendas parlamentares ao Orçamento da União de 2020 do deputado federal Tiago Dimas (SD-TO).

O dinheiro servirá para manutenção, despesas extras e custeio da Casa. Desde a sua fundação, a associação procura servir a comunidade de acordo com a realidade local. O projeto tem a missão acolher as pessoas e os seus acompanhantes em situação de vulnerabilidade e risco social, vindas de outros municípios do Tocantins e regiões circunvizinhas por motivos de saúde. A entidade oferece hospedagem, alimentação, mantimentos para higiene pessoal, auxilia na compra de passagens dos doentes e acompanhantes e quando necessário adquire cestas básicas para os mais carentes.

“O dinheiro será usado nos custeios dessas atividades. Atualmente, o único recurso que ajuda nas entidades vem de doações ou repasses, pequenos, da Associação Tra-Noi religiosa da Itália”, explica Eliane Avelino da Cruz, diretora da casa.

Além de pacientes e acompanhantes, de vez em quando a Casa atende pessoas de Araguaína sem moradia e que foram encaminhadas pela Defensoria Pública. “O projeto Casa de Acolhimento Tra-Noi tem como visão resgatar a dignidade da pessoa nesse momento de fragilidade e restituir-lhe a autonomia para que ela passe a ser sujeito de suas ações e com as necessidades básicas de hospedagem, alimentação, higiene atendidas”, salienta Eliana.

A Casa ainda oferta aos usuários cursos de geração de renda, palestras sobre temas relevantes bem como, oficinas artesanais. “Embasado nos valores de fraternidade a todos quantos procurarem seus serviços a Casa de Acolhimento Tra-Noi presta assistência social sem fazer distinção de raça, credo, cultura ou nacionalidade”, finaliza Eliane.

Trabalho exemplar

“A casa Tra-Noi presta um trabalho exemplar e de muita seriedade em Araguaína. São acompanhantes de pessoas com câncer, com doenças crônicas, com necessidade de atendimento ambulatorial permanente que são atendidas pelo local. O projeto da associação foi muito bem feito é uma honra poder destinar recurso público para quem ajuda a comunidade”, afirma Tiago Dimas.

Seleção Pública

Em iniciativa inédita no Tocantins, o deputado Tiago Dimas abriu uma seleção pública para entidades privadas sem fins lucrativos inscreverem projetos com o objetivo de serem contemplados com recursos federais de emendas parlamentares ao Orçamento ad União. Ao todo, foram 122 projetos inscritos em um prazo de apenas dez dias de seleção.

A ideia inicial do congressista era escolher entre 4 a 6 projetos, mas, pela qualidade das propostas apresentadas, foram selecionadas 12 iniciativas. A seleção pública acabou, assim, garantindo recursos federais para oito áreas diferentes: saúde, esporte, cidadania, agricultura, cultura, meio ambiente, educação e trabalho.

O total de recursos destinados pelo parlamentar aos projetos é de R$ 2.387.809,00.

Curiosidade – quem foi Dom Carlos Sterpi

Nascido Gavazzana, na Itália, em 1874, Carlos Sterpi, que dá o nome a Casa Tra-Noi, era de uma família de pequenos proprietários de terras. Frequentou o seminário em Stazzano e em 1897 foi ordenado sacerdote. Em 1895, Don Luigi Orione o queria como colaborador e, em 1903, ajudou a fundar a Pequena Obra da Divina Providência em Tortona. Em 1921, visitou a América Latina e espalhou os ideais orionianos, depois voltou para a Itália.

Em 1940, foi um ano crucial para a Itália. Em março, Don Orione morreu e Don Sterpi foi escolhido por unanimidade como Superior Geral e sucessor de Don Orione, pouco antes de a Itália entrar na guerra. Durante a guerra, ele ajudou os necessitados, mesmo após se ferir em ataque aéreo contra Itália. Apesar do agravamento de suas condições de saúde, seguiu ajudando os mais necessitados. Ele morreu em Tortona em 1951, aos 77 anos de idade.