O município de Araguaína hoje
é visto como o epicentro do novo coronavírus no Tocantins, com 318 casos
positivos até esta última segunda-feira, 11, e 355 nesta terça-feira, 12. Mas, este
título, segundo o vereador de Palmas, Milton Neris (PDT), é resultado da maior
testagem realizada em Araguaína.
Para ele, a cidade de Palmas se vangloria de números menores
e irreais, mas não deveria, pois as testagens estão em ritmo lento. “Araguaína
é a cidade que mais realiza testes no Tocantins”, assegurou o vereador, que
cobra maior testagem por parte da Prefeitura de Palmas, sob o risco de a gestão
estar causando uma grave destruição à saúde pública.
De acordo com ele, mesmo com menos casos suspeitos (476
pessoas), Araguaína conseguiu testar 1.493 pessoas até essa segunda-feira, mais
que a Capital. Palmas têm hoje cerca de 300 mil habitantes e Araguaína pouco
mais de 177 mil.
Mas Palmas, mesmo com 1.422 suspeitos, conseguiu testar
apenas 1.123 pessoas, ou seja, menos que Araguaína apesar de ter mais
suspeitos. Até essa segunda-feira, 11, a Capital conseguiu detectar somente 161
casos positivos desde o começo da pandemia. Nesta terça, são 177 casos
positivos. “O panorama de infectados em Palmas não é real e merece sim maior
atenção”, estimou.
Enquanto o coeficiente de Incidência (CI) da doença no Brasil
é de 7,5 pessoas contaminadas por cada 100 mil habitantes, em Araguaína é de
1,5, e Palmas 8,8. Para Milton Neris, Palmas não testa eficazmente os
suspeitos, faz “um trabalho de tartaruga, enquanto a população se isola há
cerca de 60 dias e os números da doença, certamente, aumentam” e questiona o
que a gestão tem feito com os recursos no enfrentamento da doença.
Leitos
Milton Neris compara ainda a estrutura médica para
atendimento aos infectados pela doença, para agora e em um futuro próximo em
Palmas e Araguaína. “Palmas está no abandono total, pois não desperta para a
gravidade da doença e não investe em leitos e UTIs. É preciso investir em
estrutura, enquanto as pessoas estão em isolamento – para isso que serve o
isolamento –, criando alternativas para respaldar o sistema de saúde
municipal”, observou.
Em números
Para ele, Araguaína faz bem o dever de casa, mesmo não tendo
obrigação de investir em equipamentos de alta complexidade, pois é de
responsabilidade do Estado, mas atua como parceira, inclusive nos custos.
Hoje, Araguaína tem 72 leitos (29 deles são UTIs), sendo 16
no Hospital Regional de Araguaína (HRA), 10 no Hospital de Doenças Tropicais, 4
no Hospital Municipal, 35 no Hospital Dom Orione e 7 leitos em Unidade de
Pronto Atendimento para estabilização e transferência, se necessários.
Além disso, a cidade está implantando a Unidade Corona Norte
que contará nesta primeira fase com 15 leitos, podendo chegar a 35, fora
adequações em outras unidades para uma maior oferta. Como Araguaína já definiu
o local para a construção de hospital de campanha, a gestão quer alcançar o
número de 110 leitos (55 UTIs).
Para o parlamentar, a gestão de Palmas mira apenas fechar serviços,
sem critérios técnicos bem definidos ou esclarecidos. “Talvez estejamos
crucificando quem está fazendo algo de concreto, Araguaína, e abonando quem não
faz nada, Palmas”, ponderou. “O que a prefeita Cinthia Ribeiro faz, além de
recomendar isolamento e fechar serviços ?
Qual o investimento em equipamentos e infraestrutura ?”, indagou.
Há cerca de 50 dias, Araguaína adquiriu 1 mil testes rápidos feitos
pelo sangue, e após isso mais 2 mil PCR, teste feito pelo muco do nariz e boca.
“Já em Palmas, falou-se em 6 mil testes inicialmente, depois 250, e pelo visto
nada deu certo até agora quanto à aquisição”, lamentou Neris. (Assessoria de Imprensa)