Há 17 anos,
o Prêmio Sesc de Literatura revela anualmente
dois escritores, sempre nas categorias Romance
e Conto. Nesse período, se tornou uma das mais importantes premiações do país,
ao oferecer oportunidades a novos escritores e impulsionar a renovação no
panorama literário brasileiro, sendo hoje considerado
referência por críticos literários, escritores brasileiros e visto como
porta de entrada para o mercado editorial no Brasil.
Neste ano foram inscritos 1358 livros, sendo 692 romances e 666 contos. O
cronograma, por ser executado por trabalho remoto, não foi afetado pela
pandemia, de modo que o resultado pôde ser divulgado no prazo previsto. Na edição de 2020, os selecionados foram o capixaba Caê Guimarães, na
categoria Romance, por ‘Encontro você no oitavo round’, e Tônio Caetano, na categoria Conto, por ‘Terra nos Cabelos’, reafirmando o aspecto de diversidade do
projeto.
Caê Guimarães nasceu em 1970 no Rio de Janeiro. Foi criado no Espírito
Santo, onde vive atualmente. É poeta, escritor, jornalista, redator e
roteirista. Com “Encontro você no oitavo round”, apresenta uma narrativa que
trata de redenção: um pugilista se debate entre um incômodo zumbido e a memória
de outra ocupação antes de se dedicar ao boxe. Dias antes da sua última luta,
ele conhece uma jornalista disposta a desvendar o que o fez tomar o caminho dos
ringues. “Eu recebi com muita alegria a notícia que o meu primeiro romance foi
o vencedor do Prêmio Sesc de Literatura. É uma oportunidade muito potente de
levar meu trabalho pra outras praças, conhecer autores, públicos e outras
formas de fazer literatura e estar no mundo”, afirmou Caê.
Tônio Caetano nasceu em Porto Alegre, em 1982. Trabalha como servidor
público municipal e é especialista em Literatura Brasileira pela PUC-RS. Já
participou de várias antologias literárias. No volume de contos “Terra nos
cabelos”, são trilhados diferentes percursos da mulher na nossa sociedade,
envolvendo questões que abordam o mundo do trabalho, o primeiro beijo, ritos de
iniciação e as violências externas e internas submetidas ao sexo feminino. “A
literatura faz parte da minha vida desde a infância. Ganhar o Prêmio Sesc me
faz a pessoa mais feliz e também me dá um baita frio na barriga. Eu ainda estou
assimilando tudo o que representa este momento. A minha única certeza é que vai
me tornar um escritor melhor.”, comentou Tônio.
“É interessante sempre termos
um resultado que mostra a diversidade do país, que revela como nós temos boa
literatura, sendo produzida em qualquer lugar. É muito
emocionante dar a notícia para os autores, porque começa uma nova etapa
nas suas vidas. São duas grandes obras, que temos prazer em anunciar como
vencedoras do Prêmio Sesc de Literatura de 2020!”, comemorou Henrique
Rodrigues, analista de Literatura do Departamento Nacional do Sesc.
Os vencedores têm suas obras publicadas e distribuídas pela Editora
Record, parceira do Sesc no projeto. A curadoria e seleção dos livros segue um padrão
criterioso e democrático. Os livros são inscritos gratuitamente pela
internet e protegidos por anonimato. Em seguida, as obras são avaliadas por
escritores profissionais renomados, cujos nomes mudam a cada edição, e
escolhem os vencedores pelo critério da qualidade literária, legitimando o
processo. Esse ano as comissões foram comandadas por Renata Pimentel e Samarone
Lima, na categoria Romance, e por Ana Paula Maia e Marcelo Moutinho, na
categoria Conto.
Desde 2003, diversos autores foram
descobertos e se consolidaram na literatura nacional, graças ao incentivo da
Instituição, entre eles Juliana Leite, Rafael Gallo, Luisa Geisler, André
de Leones, Franklin Carvalho, Sheyla Smanioto e Lucia Bettencourt.