Três indígenas pertencentes às comunidades Xaari e Anauá, da etnia Waiwai, do município de São João da Baliza, localizado no Sul do Estado de Roraima, foram beneficiados no dia 9 de julho, pelo Banco da Amazônia (Basa), com a aprovação do crédito com recursos do Pronaf B (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). A aprovação ocorreu pela primeira vez de modo 100% digital, em parceria com a Seapa (Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do estado de Roraima).
Esta é a primeira comunidade indígena a ter acesso por meio do Pronaf Digital aos créditos do Programa, operado na região amazônica pelo Basa. De acordo com o presidente da instituição, Valdecir Tose, a ação representa a transformação digital do processo de crédito, com mais agilidade e ampliação do acesso ao crédito com mais rapidez e inovação.
“A contratação foi feita em 48 horas, totalmente através da plataforma Basa Digital para uma comunidade indígena, no extremo Norte do país e no dia do aniversário do Banco. Isso demonstra que o Basa vem cumprindo a sua missão social na região amazônica, promovendo o desenvolvimento sustentável e a inclusão de comunidades que tradicionalmente ficam distantes e com dificuldades de acesso aos serviços bancários”, explica o presidente.
Para o gerente geral da Agência Boa Vista, Delvan Silva, o Banco da Amazônia está revolucionando o relacionamento com seus clientes e transformando a maneira como eles acessam crédito.
O técnico da Casa do Produtor Rural (CPR) de São João da Baliza, Oziel Chaves, foi quem acompanhou, juntamente com o coordenador regional de Crédito da Seapa, Sausalem Bastos, a elaboração das propostas na comunidade indígena. Ele afirmou que os membros da comunidade Xaari entraram em contato com a Secretaria com o interesse em obter o microcrédito. “Apresentamos a plataforma Basa Digital e eles aceitaram o desafio de participar deste projeto”, comenta.
O extrativista Valdeci Noro Waiwai foi um dos beneficiados com a aprovação do crédito. Ele se disse estar muito satisfeito e vai utilizá-lo para a compra de todos os insumos necessários para custear atividade de extrativismo, com a coleta de castanha, cuja safra se inicia neste mês de julho, em Roraima, além de favorecer a produção de outras culturas, como a banana e a mandioca para a produção de farinha. "Achei muito fácil, foi bom para nós, vai apoiar toda a comunidade", comentou Valdeci, que também é diretor da Associação dos Povos Indígenas Waiwai e Xaari, a qual reúne 84 índios extrativistas.
A utilização dessa plataforma em Roraima nasceu em março, durante encontro entre técnicos do Banco e da Seapa, que visitaram a sede da instituição para dialogar sobre estratégias para o desenvolvimento da agricultura em Roraima.
De acordo com o secretário da Seapa, Emerson Baú, a parceria com o Banco é de extrema importância. “Através do Pronaf Digital, conseguimos atender aos indígenas. O Banco aceitou o desafio de vir para o interior de Roraima mesmo com pouco acesso à internet”, comentou. Para ele, a instituição é fundamental para o desenvolvimento sustentável e estruturado da Amazônia.
Basa Digital
De acordo com o gerente executivo de pessoas físicas do Basa, Luiz Lourenço Souza Neto, o Pronaf Digital integra o projeto Basa Digital, uma plataforma composta por uma solução web mais aplicativo, desenhada para reduzir a distância entre o produtor rural e a oferta de crédito no Banco. “Buscamos facilitar tanto para a assistência técnica, quanto para o produtor e para o Banco, a aprovação, análise e acompanhamento destes créditos”, explicou.
Lourenço informa que inicialmente, o Banco estava operando o Pronaf B, no Pará, na Ilha de Marajó; mas no mês de junho, foi a vez de Ariquemes (RO), com o apoio da Seapa e dos técnicos do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural (Dater) que atenderam às comunidades indígenas Xaari e Anauá. “Estão em andamento treinamentos com a Assistência Técnica do Acre e nas regiões de Castanhal e Bragança, ambos no Pará”.
“Há uma agenda até o final do ano para a inserção de várias linhas do Pronaf no Basa Digital, dentre as quais Custeio, Floresta, Máquinas e Equipamentos, Energia Verde e Mais Alimentos”, revelou.