O Tocantins registrou até esse domingo, 23 de agosto, um total de 4.693 focos de queimadas. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). No mesmo período do ano passado, foram registrados 6.036 focos no Estado, uma diferença de 22% menos.
Até o dia 31 de agosto de 2019, o Tocantins registrou no total 7.063. Há 7 dias para o fim deste mês, a média diária é de 52,7 focos ao longo de agosto, o que pode significar que o Tocantins encerre este mês com cerca de 5 mil focos de incêndio desde o início do ano.
Caso isso se confirme, o Estado terá registrado cerca de 30% menos queimadas nestes 8 meses, em comparação ao mesmo período do ano passado.
Série histórica
Os dados do Inpe demonstram que, tradicionalmente, são nos meses de agosto e setembro que mais ocorrem queimadas nesta região do país, chegando a registrar 11.611 focos em um único mês, que foi setembro de 2010. O mês de agosto daquele ano também foi o recorde da série histórica medida pelo Inpe desde 1998, chegando a 8.299 focos de incêndio no mês. Agosto e setembro de 2010, portanto, registraram sozinhos mais de 68% das queimadas de todo aquele ano.
O ano de 2010, aliás, foi o que mais registrou queimadas no Estado desde 1998, chegando a 29.100 focos em dezembro.
Ainda de acordo com a série histórica, o mês de agosto em que menos foram registradas queimadas no Tocantins foi em 2009, com 1.141 focos; em 2020, até ontem, já ultrapassamos essa marca.
Já o mês de setembro de 2018 foi o menos afetado dos últimos 22 anos, com 1.796 focos de queimadas. No ano seguinte, 2019, esse número deu um salto de 150%, chegando a 4.505 focos de queimadas somente em setembro do ano passado.
Fatores de risco
A combinação de tempo seco, chuvas escassas, ventos fortes e o hábito criminoso de realizar queimadas irregulares, seja em áreas rurais, ou regiões urbanas, contribuem para que o Tocantins esteja nos primeiros lugares do ranking de queimadas, quase todos os anos.
Em 2020, já somos o 6º Estado que mais registrou queimadas em todo o país, mesmo com a redução em relação ao ano passado. No topo da lista está o estado do Mato Grosso (MT), com 15.496 focos de incêndio registrados desde o início do ano.
Na semana passada, atendendo a uma solicitação do governador Mauro Carlesse (DEM), o Governo Federal autorizou o emprego das Forças Armadas para o combate de incêndios florestais dentro do território tocantinense. No entanto, ainda não foram divulgadas informações sobre qual o efetivo que será empregado, e nem quando começará a atuar no Estado.
Segundo o presidente do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), Sebastião Albuquerque Cordeiro, o estado está investindo em tecnologia para auxiliar no combate aos incêndios. “Estão em teste dois aplicativos para uso de técnicos e brigadistas dos parques estaduais. O primeiro vai orientar as ações preventivas de MIF [Manejo Integrado do Fogo]e o segundo vai oferecer dados, para ações de combate às queimadas ilegais”, explicou.
Ainda de acordo com o governo, o Naturatins conta também com reforço aéreo de drones e aeronave na fiscalização, todos os investimentos em tecnologia têm apoio da Agência de Tecnologia da Informação do Governo do Tocantins (ATI).