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O produtor pode alimentar 50 cabeças de gado tranquilamente, produzindo até 120 toneladas/ha/ano

O produtor pode alimentar 50 cabeças de gado tranquilamente, produzindo até 120 toneladas/ha/ano Foto: Divulgação

Foto: Divulgação O produtor pode alimentar 50 cabeças de gado tranquilamente, produzindo até 120 toneladas/ha/ano O produtor pode alimentar 50 cabeças de gado tranquilamente, produzindo até 120 toneladas/ha/ano

Com o objetivo de formar multiplicadores do capim Capiaçu para uma suplementação alimentar que atenda as exigências nutricionais do rebanho bovino, o Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), em parceria com as empresas Brasil Rural de produtos agropecuários e a Poli Fertilizantes, conduz uma unidade experimental no Centro Agrotecnológico de Palmas.

De acordo com o extensionista do Ruraltins, Hélio Souza, responsável pela unidade, a ideia é mostrar como a forrageira pode ser uma alternativa segura nas propriedades rurais de suplementação alimentar de qualidade, principalmente no período da seca, quando ocorre maior escassez de pastagem.

“Há cinco meses implantamos essa unidade de Capim Capiaçu, adotando práticas de manejo e adubação adequadas a partir dos insumos fornecidos pelas empresas parceiras. Em uma pequena área formamos 30 fileiras dessa capineira, onde parte recebeu a adubação com fertilizante e calcário, e outra só o calcário. Essa técnica possibilitou um comparativo entre um plantio e outro. Observamos que na parte onde ocorreu o manejo correto o resultado foi esplendoroso, com uma forrageira viçosa, hastes tenras, macias, folhas largas e verdes, de alto valor proteico. Condição essa que favorece a digestibilidade animal. Já na outra parte o desempenho foi bem baixo”, observa o extensionista.

Conforme ainda Hélio Souza, a unidade serve de referência de como a forrageira, se bem conduzida, pode render ao produtor vários cortes por ano, no sistema de irrigação. “Isso nos daria uma possibilidade de termos uma produção muito alta de matéria seca dentro dessa visão de fazermos vários cortes, no caso irrigado, de até seis por ano, com grande poder de rebrota. Em um hectare bem conduzido do Capiaçu, o produtor pode alimentar 50 cabeças de gado tranquilamente, produzindo até 120 toneladas/ano, sendo  uma alternativa barata, podendo suplementar  na forma de feno, silagem e picado verde, esse com fornecimento direto no coxo”, explica.

Hélio Souza informa que a multiplicação da cultivar será instituída nas sete regionais do Ruraltins, sendo em Araguatins, Araguaína, Miracema, Porto Nacional, Paraíso, Gurupi e Taguatinga.

“A ideia é formar em cada região produtores multiplicadores, onde vamos pegar dentro de cada regional um grupo de cinco produtores para que sejam propagadores da cultivar para a suplementação animal. “O período da seca é um período de escassez de alimentos e por isso as reservas são importantes. Essa capineira é de fácil manejo sendo uma das reservas que o produtor pode trabalhar”, frisa o extensionista.

BRS Capiaçu

O BRS Capiaçu, uma tecnologia desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), é um clone de capim-elefante (Pennisetum purpureum Schum) de propagação vegetativa. Apresenta porte alto e se destaca pela alta produtividade e pelo valor nutritivo da forragem, quando comparada a outras cultivares de capim-elefante.

Caracteriza-se por apresentar touceiras densas e colmos eretos (facilitando a colheita mecânica), folhas longas, largas e de cor verde. Possui boa tolerância ao estresse hídrico, mas é susceptível às cigarrinhas das pastagens. É recomendada para cultivo de capineiras, visando a suplementação volumosa na forma de silagem ou picado verde. Devido ao seu elevado potencial de produção, que chega a 50 toneladas de matéria seca por hectare por ano, pode também ser utilizada para a produção de biomassa energética.

Lançada no final de 2016, com a disponibilização das primeiras mudas aos interessados em 2017, a cultivar despertou enorme interesse dos produtores de todo o Brasil.

A tecnologia BRS Capiaçu é voltada a todos os produtores de leite ou de carne, que façam uso de volumoso conservado em forma de silagem ou fornecido fresco. Também está sendo empregada na criação de equinos.