Um dos integrantes de uma organização criminosa especializada na prática de extorsões virtuais foi preso na manhã desta terça-feira, 29, em Goiânia, capital do Estado de Goiás. Investigado por praticar os ataques cibernéticos, ele também é considerado o mentor intelectual dos crimes. A prisão do homem foi efetuada mediante cumprimento de mandado de prisão preventiva expedido pelo Poder Judiciário a partir de representação feita pela Divisão Especializada de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC) da Polícia Civil do Tocantins. O mandado foi cumprido pela Polícia Civil de Goiás durante a deflagração da segunda fase da Operação Attack Mestre – DDoS.
Conforme explica o delegado-adjunto da DRCC, Claudemir Luiz Ferreira, o homem preso nesta terça-feira teve sua prisão temporária efetuada pela Polícia Civil do Estado de Goiás na primeira fase da operação, realizada em 28 de agosto de 2020. Porém, foi posto em liberdade. Foi então que a Polícia Civil do Tocantins fez a representação junto ao Poder Judiciário por sua prisão preventiva. Após os procedimentos legais cabíveis, o homem foi recolhido à Penitenciária de Goiânia, onde permanecerá aguardando o recambiamento para o Tocantins.
Os crimes
O grupo praticava extorsões após a utilização de ataques de Negação de Serviço Distribuído, conhecido como DDoS, acrônimo de Distributed Denial Of Service, em desfavor de Provedores de Conexão de Internet. Conforme apurado, ao realizarem o ataque, os investigados interrompiam as conexões de internet banda larga de centenas de milhares de usuários (pessoas físicas e jurídicas) em todos os 26 Estados da Federação e no Distrito Federal.
As investigações apontaram, ainda, que o grupo detinha conhecimentos avançados no campo da tecnologia da informação e faziam uso de uma estrutura extremamente complexa, dotada de uma rede com diversos computadores infectados por Bots, popularmente conhecido como “zumbis”. Durante essa interrupção, que afetava até mesmo a prestação de serviços essenciais, havia a extorsão em desfavor dos proprietários provedores para que pagassem valores em criptomoedas para que o serviço fosse reestabelecido.
A Operação
A Operação Attack Mestre – DDoS foi deflagrada no dia 28 de agosto deste ano. A ação foi planejada pela Divisão Especializada de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC), vinculada à Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO) da Polícia Civil do Tocantins e pela Delegacia Estadual de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DERCC) da Polícia Civil de Goiás. Na época, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo e Goiás, além de dois mandados de prisão temporária. Um dos presos pela operação Attack Mestre é conhecido no mundo do crime pelos Topyari e Darkdante.
Os elementos informativos da operação Attack Mestre foram coletados no ambiente cibernético por meio de ações integradas entre as polícias judiciárias dos estados do Tocantins e Goiás e com apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública por intermédio do Laboratório de Operações Cibernéticas – Ciberlab (Coordenação Geral de Combate ao Crime Organizado/Diretoria de Operações/Secretaria de Operações Integradas) e da Unidade de Inteligência Policial do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro). Vital importância também a participação dos peritos da Superintendência da Polícia Científica do Tocantins que atuaram na captação de evidências no local da prática criminosa e da 78º Delegacia de Polícia de São Paulo (SP) e da Delegacia de Porto Feliz (SP)
Nome da Operação
A Operação Attack Mestre recebeu este nome em referência ao modo de controle exercido pelos investigados sobre os pontos que distribuem efetivamente os ataques. Sabe-se que tecnicamente o ataque conhecido como DDoS tem como principal característica o controle por um “Mestre” de vários outros “bots” escravos.