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Polí­cia

Um homem de 47 anos de idade, que estava foragido do Tocantins pelo crime de homicídio qualificado, foi encontrado e capturado em Nerópolis-GO, pela Delegacia de Investigação de Homicídios da Polícia Civil do Estado de Goiás, no início da tarde dessa quinta-feira, 5. O homem é suspeito de ter praticado homicídio qualificado contra um pescador no final de junho deste ano, às margens do Lago Casé, em Caseara. O investigado evadiu-se da cidade logo após a Polícia Civil do Tocantins constatar, por meio de investigação, ser ele o principal suspeito do crime. 

Em julho deste ano, a Polícia Civil do Tocantins, por meio da 54ª Delegacia de Polícia de Caseara, havia deflagrado a Operação Óbulo de Caronte para elucidar o caso. Na data da Operação, três mandados de busca e apreensão foram cumpridos e uma pessoa que, em tese, prestou auxílio material no planejamento e consumação do delito, foi presa preventivamente. Todavia, o suspeito já estava foragido.

Após o cruzamento de informações e da mobilização entre Polícia Civil do Tocantins, do Goiás e da Força Nacional, o homem foi localizado na residência de uma pessoa de sua família na cidade de Nerópolis–GO. O investigado foi preso preventivamente e, após os procedimentos legais cabíveis, foi recolhido à Casa de Prisão Provisória (CPP) de Aparecida-GO, onde aguardará o recambiamento para o Tocantins.

O caso

Segundo o delegado-chefe da 54ª DPC – Caseara, Antônio Onofre, o homicídio ocorreu às margens do lago do Casé, próximo a residência da vítima. O suspeito da autoria do crime teria planejado e executado uma emboscada, efetuando um disparo de arma de fogo no tórax da vítima, que, apesar de ser socorrido no hospital da cidade, faleceu minutos depois.

O Delegado informou que no dia em que ocorreu o crime, o suspeito e o suposto partícipe se apresentaram, espontaneamente, na 9ª Central de Atendimento da Polícia Civil (Paraíso do Tocantins) e negaram envolvimento no fato, alegando possuírem um álibi que confirmava a versão deles, sendo liberados. Contudo, após investigações da 54ª DPC – Caseara, foi comprovado que o álibi apresentado era falso. A motivação do crime, conforme o Delegado, seria uma disputa por terras ricas em madeira e propícias à extração ilegal no Pará.

O Delegado ressalta que a operação foi resultado de trabalho investigativo técnico-científico, por meio de elementos de informação, evidências, provas e laudos periciais, que deram conta de apontar as conclusões até o momento obtidas.

A operação

A operação Óbulo de Caronte contou com o apoio da 6ª Divisão Especializada de Repressão ao Crime Organizado (DEIC - Paraíso do Tocantins) e da 5ª Delegacia Regional de Polícia Civil (DRPC) - Paraíso do Tocantins.

O nome da operação se deve ao fato de ter sido encontrada, na cavidade oral do cadáver, uma moeda colocada por familiares supersticiosos. Óbulo de Caronte trata-se de um termo de origem grega para retratar o costume de colocar uma moeda dentro ou sobre a boca de uma pessoa assassinada antes do seu sepultamento.

De acordo com a mitologia grega, a moeda, ou óbolo, destina-se a pagar o barqueiro que conduz as almas do mundo dos vivos para o mundo dos mortos, que na mitologia grega é chamado de Caronte. Tradicionalmente, em algumas regiões do Brasil, o costume de colocar moedas na boca dos defuntos é uma superstição para que se evite a fuga do assassino ou para que se revele a autoria do crime.