A taxa de informalidade aumentou no Tocantins no 3º trimestre de 2020, passando de 40,6% para 45,7% do total da população ocupada no estado. É o que mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral, divulgada nesta sexta-feira, 27, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos três primeiros meses do ano a taxa estava em 43,9%.
Para o cálculo da proxy de taxa de informalidade da população ocupada são consideradas as seguintes populações: empregado no setor privado sem carteira de trabalho assinada; empregado doméstico sem carteira de trabalho assinada; empregador sem registro no CNPJ; trabalhador por conta própria sem registro no CNPJ e trabalhador familiar auxiliar.
De acordo com a pesquisa, o número de tocantinenses no mercado de trabalho continuou em queda nos meses de julho, agosto e setembro, passando de cerca de 601 mil para 589 mil. Frente ao trimestre anterior, o órgão estima queda na ocupação de 1,9%, o que significa que aproximadamente 11 mil pessoas perderam postos de trabalho.
O nível de ocupação no estado passou de 48% para 47,3%, o que aponta que menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no estado. O IBGE estima que no 2º trimestre do ano 86 mil tocantinenses estavam desocupados, no 3º trimestre esse contingente caiu para aproximadamente 82 mil. Já o número de pessoas fora da força de trabalho aumentou, passando de 564 mil para 575 mil.
Segundo a PNAD Contínua, as pessoas que perderam suas vagas migraram para a desocupação (pessoas não ocupadas que tomaram alguma providência efetiva para conseguir um trabalho no período de referência de 30 dias e que estavam disponíveis para iniciar um trabalho na semana de referência) ou para fora da força de trabalho (pessoas em idade de trabalhar, mas que não estão procurando emprego).
O contingente de empregados no setor privado, excluindo trabalhadores domésticos, passou de cerca de 214 mil para 202 mil, no estado. Em comparação com o segundo trimestre, o número de empregados sem carteira de trabalho assinada cresceu, de aproximadamente 74 mil para 85 mil. Já o contingente de profissionais com registro na carteira passou de 140 mil para 118 mil.
Cenário nacional
A taxa de desocupação chegou a 14,6% no terceiro trimestre do ano no Brasil, uma alta de 1,3 ponto percentual na comparação com o trimestre anterior (13,3%). Essa é a maior taxa registrada na série histórica do IBGE, iniciada em 2012, e corresponde a 14,1 milhões de pessoas. Ou seja, mais 1,3 milhão de desempregados entraram na fila em busca de um trabalho no país. No Tocantins, a taxa saiu de 12,6% para 12,2%, se mantendo estável.
As maiores taxas foram na Bahia (20,7%), em Sergipe (20,3%) e em Alagoas (20,0%). Já a menor foi registrada em Santa Catarina (6,6%). “A taxa de desocupação, na comparação trimestral, subiu em dez unidades da federação, permanecendo estável nas demais. Ou seja, nenhuma unidade da federação do país conseguiu mostrar uma retração dessa taxa no terceiro trimestre. Isso mostra que todos os estados tiveram, de alguma forma, o mercado de trabalho bastante afetado”, explica a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.
O percentual de empregados com carteira de trabalho assinada era de 76,5% dos empregados do setor privado. Os maiores percentuais estavam em Santa Catarina (90,5%), Paraná (85,1%), Rio Grande do Sul (84,3%) e São Paulo (82,3%) e os menores no Maranhão (51,3%), Pará (53,9%) e Piauí (54,1%). Com 58,4%, Tocantins registrou o quarto menor percentual do país.
O percentual da população ocupada do país trabalhando por conta própria foi de 26,4%. Os maiores percentuais foram do Amapá (35,8%), Maranhão (34,1%), Amazonas (33,3%) e Rondônia (33,2%) e os menores, do Distrito Federal (20,8%), São Paulo (22,4%), Mato Grosso do Sul (23,7%) e Minas Gerais (24,3%), as únicas UFs com percentual abaixo de 25%. Já o Tocantins registrou percentual próximo da média nacional, 26,9%.