Conexão Tocantins - O Brasil que se encontra aqui é visto pelo mundo
Araguaína

Para a instalação das primeiras armadilhas, foram escolhidos seis pontos da cidade

Para a instalação das primeiras armadilhas, foram escolhidos seis pontos da cidade Foto: Marcos Sandes

Foto: Marcos Sandes Para a instalação das primeiras armadilhas, foram escolhidos seis pontos da cidade Para a instalação das primeiras armadilhas, foram escolhidos seis pontos da cidade

A parceria do Centro de Controle de Zoonoses de Araguaína (CCZ) com a Universidade Federal do Tocantins (UFT) está sendo financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Tocantins e pretende instalar cerca de 432 armadilhas para a captura do mosquito palha até novembro de 2021. O objetivo da pesquisa é verificar o período do ano de maior densidade do vetor nos bairros de Araguaína e o nível de infecção por leishmaniose, também conhecida como calazar.

“A nossa proposta é executar este projeto por um período de 12 meses, os dados obtidos sobre a quantidade de mosquitos palha por região e o tipo de animal que está sendo mais utilizado como fonte de alimentação do vetor da doença poderá nos ajudar na elaboração de planos mais eficazes no combate ao calazar em Araguaína”, diz a coordenadora do Programa de Vigilância e Controle das Leishmanioses, Ketren Carvalho.

Para a instalação das primeiras armadilhas, foram escolhidos seis pontos da cidade em bairros como Lago Sul, Alto Bonito e Presidente Lula, onde foi registrado maior número de casos de leishmaniose visceral em humanos durante a rotina de ações de vigilância e controle da doença. As armadilhas luminosas são colocadas tanto na área interna das residências quanto nos quintais, atraindo os insetos que são sugados por uma espécie de ventilador para o reservatório durante um período de aproximadamente 12 horas e recolhidas no dia seguinte pelos pesquisadores e técnicos do CCZ.

“Esse processo é realizado por três noites e todas as armadilhas são levadas para o Laboratório de Entomologia do Centro de Controle de Zoonoses, onde o mosquito palha é separado dos outros insetos que forem capturados. Os flebotomíneos passam por um processo de identificação no Laboratório de Parasitologia da UFT e as fêmeas, que são as únicas que se alimentam de sangue, serão submetidas a uma análise molecular para verificar se estavam infectadas com o protozoário causador da leishmaniose”, explicou a dra. Helcileia Dias Santos, professora do curso de Medicina Veterinária da UFT e coordenadora do projeto.

A pesquisa também tem o intuito de contribuir com o desenvolvimento científico na área de saúde pública na região, possibilitando a participação de alunos de mestrado e iniciação científica da UFT e a publicação de artigos científicos sobre fatores relacionados aos vetores das leishmanioses no Tocantins.

Leishmaniose

A Leishmaniose visceral, também conhecida como calazar, é transmitida pela fêmea do mosquito palha que pica o animal infectado e posteriormente pica o ser humano. Esta é uma doença grave, que sem o tratamento adequado pode levar à morte em até 90% dos casos humanos, atingindo principalmente as crianças.

O mosquito transmissor da doença se reproduz no meio de matéria orgânica e em criadouros de animais, como porcos e galinhas em área urbana. A criação desse tipo de animal fora da zona rural é proibida em Araguaína.