O Tocantins somou no último domingo, 29, o total de 70 mortes por afogamento até agora, em 2020. O derradeiro registro teve Marcelo Ribeiro dos Santos como vítima. O rapaz ia completar 28 anos no final de dezembro. Ele caiu no lago da Usina Luís Eduardo Magalhães, na porção pertencente à zona rural de Miracema do Tocantins, quando fazia manobras com uma moto aquática. Testemunhas afirmam que ele estava sem o colete salva-vidas.
Segundo mergulhadores do Corpo de Bombeiros Militar, a vítima foi encontrada cerca de 70 metros do local onde se afogou. As ações de resgate ocorreram na segunda-feira, 30, durante toda a manhã. O rapaz foi localizado por volta das 11h40.
Estatística
O mês de novembro fechou com cinco óbitos por afogamentos em várias partes do Tocantins. Contudo, no total dos onze meses, as estatísticas confirmam 70 óbitos. O mês com maior quantidade foi setembro, que somou 13 mortes.
O segundo maior número de casos foi em abril, com onze, e julho, com oito. O ano começou com sete afogamentos em janeiro.
Para o major Antônio Luiz Soares da Silva, gerente de monitoramento da Defesa Civil Estadual, “pilotar esse tipo de embarcação sem colete salva-vidas não dá certo”. “Aqui na região de Palmas a gente não vê as pessoas pilotando sem o colete, mas às vezes, muitos se afastam um pouco e acabam se arriscando. Isso não é seguro. O correto é estar de colete salva-vidas sempre”, afirmou o major Soares.
A importância do uso do equipamento de segurança é retratada nos números. Segundo os dados do CBMTO e Defesa Civil Estadual, de todas as vítimas mortas por afogamento, 15 mortes estavam em embarcação, mas sem os coletes salva-vidas.
“Casos essas vítimas estivessem com coletes, arriscamos a dizer que nenhuma teria ido a óbito, pois não temos nenhum registro de pessoas com coletes e que tenha se afogando”, relata o coordenador de monitoramento.
Outro ponto que chama a atenção são bebidas alcoólicas. Segundo as estatísticas, 23 pessoas (48% do total de mortos) estavam alcoolizadas quando se afogaram. E isso faz a Defesa Civil lançar um alerta para as festividades de fim de ano que se aproxima, principalmente para quem já planeja passar o Natal ou a virada nas margens de rios, represas ou no Lago.
“Ao entrar na água, toda criança deve ficar assistida por um responsável. Elas não podem tomar banho sozinhas, mesmo monitoradas. A máxima que ela pode ficar do adulto é um braço. E quem estiver nas embarcações para alguma travessia, precisa estar com colete salva-vidas e não consumir bebida alcoólica”, pontuou o major Soares.
As recomendações de cuidados valem também para quem se arrisca saltar na água a partir de locais mais elevados, ou se afastam das margens tentando travessias a nado. “Nosso conselho é que essas práticas sejam evitadas por questões de segurança. Algumas mortes esse ano foram registradas durante atividades dessa natureza”, concluiu o major.