Um encontro virtual realizado nessa quinta-feira, 25 de março, entre representantes do Governo do Tocantins e da Britishi Petroleum (BP) teve como pauta principal o potencial do Estado no desenvolvimento de iniciativas de redução de emissão de carbono. A reunião aconteceu a pedido da empresa, que visa construir o relacionamento com regiões, cidades e grandes corporações com o objetivo de desenvolver soluções integradas que possam reduzir as emissões de gases de efeito estufa até 2050.
Representando o governador Mauro Carlesse, o vice-governador Wanderlei Barbosa defendeu o potencial do Tocantins que conta com uma política ambiental robusta, além do grande patrimônio ambiental representado pelas unidades de conservação, por exemplo. “Nós queremos e temos espaço para o crescimento da nossa economia. Ainda contamos com grandes reservas, e a abertura de áreas para a plantação de soja e a criação de gado é feita com acompanhamento dos órgãos de controle, para mantermos preservadas as matas ciliares e as nascentes”, afirmou o vice-governador.
A secretária do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Miyuki Hyashida, ressaltou o trabalho feito na Semarh no desenvolvimento de projetos de baixo carbono e celebrou a oportunidade de buscar formas de colocá-los em prática, com apoio das diversas secretarias do Estado, e com o intercâmbio técnico com instituições como a BP. “Nosso objetivo é já levar algo pronto para apresentar na COP 26, no final do ano [em Glasgow, na Escócia] e colocar o Tocantins na pole position, em destaque”, disse.
Tocantins Competitivo Sustentável
A diretora de Instrumentos de Gestão Ambiental da Semarh, Marli Santos, destacou o estoque de carbono já disponível no Tocantins e a estratégia Tocantins Competitivo Sustentável como um projeto que pode tornar o Estado elegível para acessar os recursos internacionais disponíveis. “São quatro eixos que levam em conta os aspectos econômico, social e ambiental, de forma que seja assegurado o desenvolvimento sustentável de uma economia de baixo carbono, um compromisso de 20 anos”, afirmou. Marli completou ainda que “com o empenho do poder público, dos produtores rurais e das comunidades envolvidas o Tocantins vem reduzindo o desmatamento e pode reverter esse esforço em recursos internacionais que financiem projetos como esse”.
A proposta da BP é implantar, no Tocantins, um programa de REDD+ (Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação florestal), que é um conjunto de incentivos econômicos, com o fim de reduzir as emissões de gases de efeito estufa resultantes do desmatamento e da degradação florestal — mudanças que prejudicam a floresta e limitam seus serviços ambientais. O conceito parte da ideia de incluir na contabilidade das emissões de gases de efeito estufa aquelas que são evitadas pela redução do desmatamento e da degradação florestal. “Foi com esse propósito que a BP resolveu procurar o Estado do Tocantins e outros estados da Amazônia, para propor uma forma de viabilizar esse projeto”, ressaltou o gerente de Relações Institucionais da BP, Celso Fiori.
Além das autoridades já citadas, participaram do encontro Sergisley de Moura, secretário de Planejamento, Claudinei Quaresmin, secretário de Parcerias e Investimentos, Sebastião Albuquerque, chefe de Gabinete da Governadoria, Renato Jayme, presidente do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) e Aleandro Lacerda, presidente da Companhia Imobiliária do Estado do Tocantins (Terratins).
Ao final do encontro, a intenção de uma próxima reunião técnica ficou acertada entre os presentes, com a proposta de construção de um memorando de entendimento.
Gases de feito estufa
A alta concentração de dióxido de carbono (CO2) é responsável pelo efeito estufa e o aumento da temperatura global, uma preocupação mundial devido às consequências que pode acarretar ao meio ambiente.
Diante da situação emergencial em que o meio ambiente se encontra passaram a existir diversas estratégias governamentais, em busca de novas alternativas para reduzir a emissão de gás carbônico, sendo um deles o Acordo de Paris. Estabelecido entre 196 países, incluindo o Brasil, o tratado tem como objetivo diminuir os impactos causados pelo homem, dentre eles o aquecimento global.