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Palmas

Foto: Lia Mara

“Eu cheguei a Palmas em 1993, tinha 38 anos, com meu marido e quatro filhos, vindos de Redenção (PA), em busca de melhorias. E encontrei uma vida melhor aqui, em Palmas”, detalha Rozaldina Martins Silva, feirante na Capital. Segundo ela, começou a vender nas feiras da cidade ainda em 1993, no Jardim Aureny I, onde ainda não tinha a estrutura de hoje, e na Avenida JK, local também sem estrutura de pavimentação e cobertura.

Rozaldina conta que o local onde hoje funciona a feira na Quadra 304 Sul foi entregue em 1995 e fala das transformações ocorridas. “Ficou bem melhor, com uma estrutura bem mais adequada. Logo depois vieram as estruturas das outras feiras, como a do Jardim Aureny I e a da Arse 112 (1106 Sul)”, destaca, comentando que começou como feirante vendendo temperos e depois ampliou para doces e castanhas.

Para Rozaldina, Palmas tem seu crescimento acelerado, pois quando chegou na cidade, há 28 anos, não havia asfalto, o local era quase sem infraestrutura, com poucas casas e comércio. “Vim de uma cidade que não tinha muita benfeitoria e acreditava que Palmas teria melhorias, mas de forma mais lenta. Hoje a cidade está 100%”, avalia.

E parte dessas melhorias está nas feiras, que por falta de opção, no início da cidade, acabaram virando pontos de lazer, se transformando em um costume do palmense.

Aqui antes de Palmas

“Nem me lembro o ano que comecei (a frequentar feiras), sei que em 2001 eu já estava aqui na Feira da 304 Sul”, relata o feirante Raimundo Nonato Barbosa de Castro, que vende farinha, feijões, doces, entre outros grãos, no local.

Barbosa conta que antes da criação de Palmas, morou no local onde foi implantada a Capital tocantinense. “Trabalhava em uma fazenda e morava onde hoje fica a Vila União, mas me mudei para Porto Nacional para os filhos poderem estudar, onde morei 12 anos. Palmas começou a ser construída e vim para cá em 1998”, lembra.

O feirante, que tem 72 anos, mora hoje numa chácara, mas quando chegou a Palmas construiu sua casa na Arse 122 (1.206 Sul). “Hoje estou trabalhando na roça, onde planto, faço farinha para vender aqui na feira. Aqui, em Palmas, é um bom lugar para se viver, e enquanto eu puder vou continuar a ser feirante”, relata. Raimundo vende nas feiras da 304 Sul e Arse 122. Antes vendia também na feira do Jardim Aureny I.

“As pessoas gostam muito da feira e, quando estava fechada, as pessoas ficaram tristes. Antes da pandemia, a feira vivia lotada, agora o movimento está menor. Mas as pessoas continuam buscando a feira, pois querem comprar um produto fresco e de qualidade”, avalia Barbosa.

Produtor e feirante

Feirante em Palmas desde 1997, Severino Alves dos Santos do Neto conta que toda sexta-feira e domingo, há 24 anos, vem de Porto Nacional para vender verduras e legumes produzidos por ele, nas feiras da 304 Sul e do Jardim Aureny I. Severino Neto conta que gosta muito de vender na feira e destaca que, nesse mais de um ano de pandemia, as feiras também foram bastante impactadas. 

Apesar de não morar em Palmas, Severino acompanhou o crescimento da cidade e hoje seu filho é morador da Capital. “Nossa, a cidade cresceu demais de 1996 para cá, quando eu cheguei em Porto Nacional e conheci Palmas, vindo do Rio Grando do Norte”, narra.

Na feira desde sempre

A professora Kátia Maia Flores chegou em Palmas em 1990, no início de tudo, morando em frente onde é hoje a Feira da 304 Sul. “O funcionamento das feiras demorou um pouco, não lembro o ano que começou. E como a memória dá um salto, a impressão é que sempre teve feira. Até porque nesta área, onde funciona a feira, era um ponto de movimentação. Vinham parques, tinham shows, já era um ponto de encontro”, relata.

“Sempre frequentei a feira, que é maravilhosa. Minha família, quando vem me visitar, já pede para vir na feira, pois aqui encontramos produtos da infância, como bacaba, murici e buriti. E a feira é o lugar para encontrar produtos de qualidade, verduras frescas”, comenta a professora Kátia, destacando ainda que a feira é um lugar de encontro e representa um espaço da cidade.

Cuidados

O cheiro da feira, mistura dos aromas da pamonha e das verduras, lembra casa de vó, de roça, de horta e de Palmas. Mais de um ano de pandemia, sem poder aglomerar e com restrições, as feiras estão reabertas, mas a Prefeitura de Palmas orienta que feirantes e frequentadores devem seguir os protocolos de segurança, como o uso obrigatório de máscaras.

É possível curtir nossas feiras, incentivar a compra do produtor local, ampliar o consumo de produtos frescos e comidas típicas da nossa terra, mas com segurança e seguindo as recomendações das organizações de saúde.

Funcionamento das feiras em Palmas:

Feira da 304 Sul (Arse 31) - funciona às terças e sextas-feiras, das 8 às 21 horas.

Feira da 503 Norte (Arno 61) - funciona às quartas-feiras, das 15 às 21 horas.

Feira da 1106 Sul (Arse 112) - funciona às quintas-feiras, das 8 às 21 horas.

Feira da 307 Norte (Arno 33) - funciona aos sábados, das 8 às 21 horas; e aos domingos, das 7 às 12 horas.

Feira do Jardim Aureny I - funciona aos sábados, das 8 às 21 horas; e aos domingos, das 7 às 12 horas. (Secom Palmas)