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Polí­cia

Em julgamento realizado no Fórum da Comarca de Paraíso do Tocantins, na última sexta-feira, 17, o Tribunal do Júri condenou quatro indivíduos com idades de 20, 21, 22 e 23 anos, acusados pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, tortura, cárcere privado e organização criminosa, a penas de reclusão em regime fechado de 28, 26 e sete anos de prisão. As condenações dos homens se deram em virtude de investigações realizadas por policiais da 6ª Divisão de Combate ao Crime Organizado (6ª DEIC).

Sob a coordenação do delegado titular, Eduardo de Menezes, responsável por investigar o caso o inquérito apontou que  os condenados foram, de fato, os autores do homicídio que vitimou o jovem Herick Luan Pereira de Araújo Dias Ribeiro, fato ocorrido no dia 8 de junho de 2019, na cidade de Divinópolis do Tocantins. “Logo após o crime, as equipes da 6ª DEIC, de Paraíso deram início às investigações, desvendaram o crime e identificaram todos os envolvidos no bárbaro homicídio que chocou a pacata cidade de Divinópolis, pela crueldade com que foi praticado”, explicou.

Na época, a autoridade policial representou junto ao Poder Judiciário pelas prisões preventivas dos quatro principais suspeitos pelo crime. Com parecer favorável do Poder Judiciário, no dia 11 de julho de 2019, a Polícia Civil deflagrou a operação Place de Grève e deu cumprimento a mandados judiciais contra os três homens que são apontados como autores do crime.

Com o aprofundamento das investigações, os policiais civis da unidade especializada obtiveram mais evidências de que os homens presos foram os autores do crime. No dia 30 de setembro de 2019, a Polícia Civil efetuou a prisão do quinto elemento envolvido no crime. Desse modo, o inquérito foi concluído e remetido ao Poder Judiciário e ao Ministério Público, que, por sua vez, acatou o resultado das investigações da Polícia Civil e ofereceu denúncia em desfavor de todos os investigados.

Dessa forma, o julgamento foi marcado pelo juízo da Comarca de Paraíso do Tocantins para a última sexta, 17. Na oportunidade, o delegado Eduardo de Menezes, que foi o presidente do inquérito, também foi ouvido e atuou como testemunha de acusação reafirmando os fatos levantados durante as investigações da Polícia Civil. Após as deliberações realizadas pela defesa e também pelo Ministério Público, os jurados se reuniram e decidiram pela condenação dos réus. Após o veredito, os homens que se encontravam presos preventivamente desde a época do crime, retornaram para a carceragem da Casa de Prisão Provisória de Paraíso, onde darão continuidade ao cumprimento de suas penas.

O crime

Conforme apontaram as investigações da Polícia Civil, por volta do meio-dia do dia 7 de junho de 2019, os quatro homens juntamente com um adolescente menor de idade, encontram a vítima próxima de sua residência em Divinópolis e a sequestraram, levando para a casa de um dos autores.

No imóvel, a vítima foi amordaçada, torturada e agredida por mais de 12 horas. Já na madrugada, os condenados levaram o jovem para uma outra residência em construção, próximo ao cativeiro inicial. Nesse local, os acusados continuaram a tortura e, em determinado momento, degolaram a vítima, que ainda estava viva, durante o bárbaro ato.

Motivação

O crime teria sido motivado em razão de uma disputa entre facções criminosas, uma vez que o grupo responsável pela morte da vítima, era de uma facção rival da do rapaz morto. O delegado Eduardo ressalta ainda que a execução foi realizada a mando dos chefes da organização, uma vez que depois de render a vítima e a manter em cativeiro, os homens mantiveram contato com as lideranças da facção, as quais decretaram o veredito para que o Herick Luan fosse assassinado.

Para o delegado Eduardo, as condenações dos quatros indivíduos traz um pouco mais de alívio para a família da vítima e também produz resposta eficiente à população da cidade de Divinópolis. “As condenações dos quatros homens significam o desfecho de um caso macabro que causou muita comoção na população da cidade e que trouxe uma sensação de insegurança na população. Desse modo, as investigações da PC-TO identificaram os autores e desvendaram o crime, para que a justiça pudesse, embasada nas provas colhidas, proceder à responsabilização de todos os envolvidos”, disse o delegado.