A vocação para a agropecuária impulsiona o desenvolvimento econômico do Tocantins, atraindo investidores e gerando novos negócios no campo e na cidade, emprego e renda para a população, além de alavancar as exportações. Os produtos made in Tocantins, ao longo desses 33 anos, já conquistaram vários mercados brasileiros e são exportados para mais de 20 países, principalmente da Europa e da Ásia.
A série histórica feita pela Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais (Secint) do Ministério da Economia mostra a evolução da balança comercial tocantinense entre os anos de 1997 e 2021 (janeiro a agosto). Em 1997, o Tocantins mais importava do que exportava, sendo US$ 9,7 milhões em exportação frente aos US$ 32,4 milhões em importação. Hoje, a realidade é bem diferente, só nos primeiros oito meses do ano, o Tocantins exportou mais de US$ 1,38 bilhão e importou US$ 357,5 milhões, o que representa um superávit de US$ 1,023 bilhão.
A soja é o carro-chefe da exportação tocantinense. Só neste ano, o volume exportado, mais de 2,4 milhões de toneladas, representou US$ 1,039 bilhão na balança comercial. Seguido do milho com 271,9 mil toneladas (US$ 49,1 milhões) e da carne bovina com 47,4 mil toneladas (US$ 235,8 milhões).
“O Tocantins tem uma vocação natural para o agronegócio, terras muito férteis que sempre atraíram produtores de diversas regiões do Brasil que encontraram, aqui, uma clima estável que permite um melhor planejamento de safra. Fator que continua atraindo novos investidores e a nossa expectativa é atrair investimentos para a agroindústria utilizando como matéria-prima o que produzimos aqui dentro do Estado, e assim, gerar mais emprego e renda para a nossa população”, destaca o governador do Tocantins, Mauro Carlesse.
Produção de grãos
Além da soja, o Tocantins se destaca na produção de milho, arroz, bovinos, aves, peixes, uma diversidade de hortifrútis, frutos do Cerrado, entre outros. O Tocantins ocupa o posto de terceiro maior produtor de arroz do país, com uma produção estimada para a Safra 2020/2021 de 692,2 mil toneladas.
No geral, o Estado é o 10° maior produtor de grãos do Brasil com potencial de figurar entre os seis maiores em alguns anos. A projeção do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), para a Safra 2024/2025, é que o Tocantins alcance uma produção de 14,4 milhões de toneladas de grãos, devendo ocorrer um crescimento de 2,1 milhões de hectares em quatro anos.
De acordo com o 12° Levantamento da Safra 2020/2021, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em 9 de setembro, o Tocantins deve alcançar na Safra 2020/2021 uma produção de 5,5 milhões de toneladas, uma produtividade estimada em 3,3 mil/hectare, com uma área plantada de 1,62 milhão de hectares.
Quanto ao Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP), o último levantamento divulgado pelo Mapa, em 13 de setembro, aponta que, para o Tocantins, o VBP Agro está estimado em R$ 16,6 bilhões, o que coloca o Estado na 12ª posição no ranking nacional, sendo o 3° melhor resultado da região Norte, atrás apenas do Pará (10°) e Rondônia (11°). Desse total, R$ 11,388 bilhões correspondem à produção das lavouras com destaque para soja com R$ 7,7 bilhões e milho com R$ 1,5 bilhão.
“O Tocantins é um dos estados brasileiros com potencial para fortalecer seu agronegócio ainda mais em termos de área e produção, dos cerca de 27,8 milhões de hectares, metade tem potencial para exploração em algum dos segmentos da agropecuária. Dispomos de fartura de recursos naturais com duas das maiores bacias hidrográficas do Brasil, rica biodiversidade, luz, solos agricultáveis e clima bem definido. Além destes fatores favoráveis ao desenvolvimento, o Estado ocupa uma posição estratégica bem no centro do país e por aqui passa grande parte da produção brasileira, o que oportuniza a atração de agroindústrias, reforçando ainda mais o quadro de oportunidades para o Estado”, destaca o secretário de Estado da Agricultura, Pecuária e Aquicultura, Jaime Café.
Agricultura Familiar
O Tocantins é também o celeiro da agricultura familiar desenvolvida por aproximadamente 42 mil famílias distribuídas em 540 assentamentos, gerando cerca de 120 mil postos de ocupação e contribuindo com 40% do valor bruto da produção agropecuária, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Aquicultura (Seagro).
Ainda de acordo com esses dados, no Estado, 50% das terras destinadas às atividades agrárias são ocupadas com atividades da agricultura familiar. Uma média de 18 hectares por unidade familiar, que produz cerca de 70% dos alimentos consumidos na mesa dos brasileiros, a exemplo da farinha de mandioca e derivados, arroz, leite, frutas, carnes (frango, suíno e bovino) e frutas.
Na agricultura familiar tocantinense, a produção de mandioca tem destaque. Dados do Censo Agropecuário 2017, realizado pelo IBGE, apontam que 58% dos estabelecimentos agropecuários, declarados como agricultura familiar, produzem farinha de mandioca.
Ainda segundo dados do IBGE, em 2019, o Tocantins produziu mais de 225 mil toneladas de mandioca, distribuídas em mais de 15 mil hectares. A produtividade média tocantinense é de 15,7 mil kg por hectare, acima da média nacional que é de 14,7 mil kg por hectare, ainda segundo o IBGE.
Proteína animal
Outro ponto forte do Tocantins é a produção de proteína animal com destaque para pecuária bovina, com evidência para produção de boi verde, aquele produzido a pasto, tão apreciado por diversos países pela qualidade de sua carne. A carne e os derivados do boi tocantinense chegam a todas as regiões brasileiras e são exportados a mais de 20 países, especialmente da Europa e da Ásia.
O rebanho bovino tocantinense tem mais de 9 milhões de cabeças e os produtores têm investido em tecnologias de melhoramento genético, buscando sempre excelência em produtividade e mostrando assim a tendência de expansão e o grande potencial para a economia do Estado.
O VBP Pecuária do Tocantins está estimado em R$ 5,3 bilhões, sendo R$ 4,9 bilhões referentes à produção bovina.
Outra área em franca expansão é a de piscicultura. Dados do Anuário da Associação Peixe BR apontam que o Tocantins teve um crescimento de 11% na produção local. Em 2019, o Estado havia produzido cerca de 13,3 mil toneladas de peixe; já em 2020, a marca foi de 14,8 mil toneladas.
As espécies mais cultivadas são o tambaqui, com 48%; seguida de peixes redondos, 23,4%; caranha, 11,4% e o surubim/pintado, 10,5%. As demais espécies como matrinxã/piabanha, piau, pirarucu/pirosca, curimbatá/curimba e a tilápia, representam 6,7% da produção total.
Agroindústria
Dados da Seagro apontam que, atualmente, o Tocantins conta com cerca de mil agroindústrias regularmente registradas em algum tipo de serviço de inspeção e órgãos de licenciamento sanitário como a vigilância sanitária. Dentre as agroindústrias implantadas encontram-se frigoríficos para bovinos, frigorífico de aves, abatedouros de pescado, laticínios, embutidos, produtos derivados de abelhas, entreposto de ovos, produtos de panificação, farináceos, beneficiadoras de grãos, polpas de frutas, óleos vegetais, doces e conservas, rações para animais e insumos industriais.
Produto Interno Bruto
O último levantamento do IBGE, em parceria com a Secretaria de Estado do Planejamento e Orçamento (Seplan), apontou que o Produto Interno Bruto (PIB) do Tocantins de 2018 atingiu o valor de R$ 35,6 bilhões e teve crescimento em volume de 4,5%, em relação ao ano anterior, que foi de R$ 34,1 bilhões. No cenário nacional, o Estado figura como o 24° melhor resultado; e, na região Norte, ocupa a quarta posição.
A série histórica feita pela Seplan mostra a evolução entre os anos de 2002 e 2018. Em 2002, o PIB do Tocantins era de pouco mais de R$ 5,3 bilhões, frente aos R$ 35,6 bilhões de 2018, observa-se então um acréscimo de mais de 570%.
Já o PIB per capita de 2018, por sua vez, é de R$ 22,9 mil contra R$ 21,9 mil em 2017 e pouco mais de R$ 4,3 mil em 2002.
Empresas ativas
Dados do Mapa das Empresas do Ministério da Economia apontam que o Tocantins conta com 117.156 empresas ativas, com destaque para o setor de serviços com 48.350 (42%); comércio com 46.884 (40%); indústria com 9.820 (+8,4%); construção civil com 8.993 (8%); e agropecuária com 1.966 (+1,3%).