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Campo

Foto: Madson Maranhão

Foto: Madson Maranhão

A terceira estimativa da safra 2021/22 de cana-de-açúcar aponta para uma redução na produção de cana-de-açúcar. Os números, divulgados nesta terça-feira (23) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), estimam que sejam colhidas 568,4 milhões de toneladas, um volume de matéria-prima 13,2% menor em relação à safra 2020/21. Os efeitos climáticos adversos da estiagem durante o ciclo produtivo e as baixas temperaturas registradas em junho e julho deste ano, com episódios de geadas em algumas áreas de produção, sobretudo em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná, impactaram na produtividade das lavouras.

No Sudeste, principal região produtora do País, a previsão é de uma redução de 16,8% na produção, alcançando 356,7 milhões de toneladas, resultado da diminuição de 4,1% na área cultivada, além das adversidades climáticas. No Centro-Oeste, houve redução de 0,8% na área a ser colhida, num total de 1,8 milhão de hectares, e a produção estimada é de 132,2 milhões de toneladas, 5,4% menor que a obtida na safra anterior. Já no Nordeste, a redução está estimada em 13,6% na área a ser colhida, mas com uma estimativa de aumento de 4,6% na produtividade, o que deverá resultar em uma produção de 43,7 milhões de toneladas, 9,7% menor que àquela observada na última safra. Na região Norte, houve redução de 0,9% na área a ser colhida e incremento de 8,9% na produção, totalizando 3,8 milhões de toneladas. Já para a região Sul, há um pequeno aumento de 0,4% na área cultivada, mas com produção total estimada em 31,9 milhões de toneladas, uma redução de 6,6%, em comparação com a safra anterior, devido à diminuição na produtividade.

Produtos

A partir da safra 2019/20, a Conab passou a disponibilizar para o público as estatísticas totais de etanol, com informações sobre o etanol à base de cana-de-açúcar e de milho. Neste 3º levantamento, os resultados apontam que a menor oferta de matéria-prima também afeta a produção dos derivados da cana na maioria das regiões produtoras do país. A produção total de etanol, proveniente da cana-de-açúcar e do milho, é estimada em 28,27 bilhões de litros, uma redução de 13,7% em relação à safra passada.

A estimativa de produção de etanol a partir da cana-de-açúcar é de 24,8 bilhões de litros, redução de 16,6% em comparação à safra 2020/21. A produção de etanol anidro proveniente da cana, utilizado na mistura com a gasolina, deverá crescer em 4% em relação à última temporada, alcançando 9,69 bilhões de litros. Quanto ao etanol hidratado de cana, o total a ser produzido deve chegar em 15,11 bilhões de litros, redução de 26% em relação à safra anterior.

No caso do etanol à base de milho, a produção total continua em expansão e deverá ter um aumento de 14,9% em relação à safra passada. Estima-se uma produção de 3,47 bilhões de litros nesta temporada. A produção de etanol anidro a partir do milho é estimada em 0,97 bilhão de litros, 4,2% superior em comparação com a temporada passada, e a produção de etanol hidratado a partir do milho deve ser de 2,5 bilhões de litros, um aumento de 19,7% em comparação à safra 2020/21.

A produção de açúcar no país, estimada em 33,9 milhões de toneladas, teve uma redução de 17,8% em relação ao produzido na temporada anterior.

Mercado

No acumulado dos primeiros sete meses da safra 2021/22, de abril a outubro deste ano, o Brasil exportou cerca de 16,9 milhões de toneladas de açúcar, o que corresponde a uma redução de 17,9% na comparação com igual período do ciclo anterior, influenciada pela queda da produção brasileira de cana na safra atual. A restrição da oferta interna e a antecipação da entressafra em algumas usinas da região Centro-Sul do país colaboram para o aumento do preço do açúcar no mercado doméstico e redução das exportações. Em outubro de 2021, o Brasil exportou cerca de 2,3 milhões de toneladas de açúcar, o que representa uma redução de 9,0% em relação ao mês anterior e de 41,4% na comparação com outubro do ano passado.

Em referência ao mercado de etanol, o Brasil exportou cerca de 1,13 bilhão de litros no acumulado de abril a outubro de 2021, o que corresponde a uma redução de 38,6% em relação a igual período do ciclo anterior. A queda é influenciada pela limitação da produção no ciclo atual e pela restrição da oferta doméstica. Além da baixa produção, a queda do volume importado também impactou na oferta interna, diante da taxa de câmbio elevada no Brasil e da taxação integral do etanol proveniente dos Estados Unidos em 20,0%, após o encerramento da cota de importação com tarifa preferencial em dezembro de 2020. Com isso, a quantidade importada tem como origem principal o Paraguai, que sozinho segue como responsável por cerca de 99,8% de todo o etanol importado pelo Brasil no período. (CONAB) 

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