De acordo com a Secretaria de Saúde do Tocantins (SES), é consenso entre as autoridades em saúde que as vacinas contra a covid-19 são eficazes contra a Covid-19, seja protegendo ou amenizando os sintomas da doença, além de diminuir o risco de internação. Um bom exemplo é o da família da auxiliar de serviços gerais, Marlete Evangelista Costa, que reside na Capital, e que tem seguido o esquema vacinal proposto pelo Ministério da Saúde.
Na última semana, toda a família de Marlete Evangelista, de 52 anos, testou positivo para a covid-19. Marido, filhos e genro positivaram pela primeira vez, mas para a auxiliar de serviços gerais esse foi o seu segundo contato com a doença. Em março do ano passado, ela que ainda não era vacinada, chegou a ficar 20 dias internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e o resultado positivo pela segunda vez para a doença lhe deixou apreensiva.
“Eu fiquei muito ansiosa e nervosa, porque eu já tive covid-19 no ano passado e fiquei grave. Dessa vez, eu fiquei com medo de passar por tudo aquilo de novo. Ou até mesmo meu marido, que é mais idoso, ter que passar pelo que passei. Mas graças a Deus e à vacina, nossos sintomas foram muito leves. Todos nós já estamos imunizados, eu e meu marido, inclusive já tomamos a dose de reforço, então acredito que foi a vacina que não deixou a gente piorar”, destaca Marlete Evangelista, acrescentando que sem apresentar qualquer gravidade, toda a família cumpriu o isolamento recomendado e já está de alta médica.
O médico infectologista que atua no Hospital Geral de Palmas (HGP), Alexandre Janotti, ressalta que exemplos como o da família de Marlete Evangelista mostram o quanto a vacina evita danos maiores. “O dano maior que a vacina evita, com certeza, é a morte. Evita ainda as hospitalizações e os casos graves. Quanto mais pessoas completarem o esquema vacinal, tomando todas as doses recomendadas, melhor será o cenário, pois estaremos evitando a sobrecarga do sistema de saúde, e principalmente, as mortes, que é o que mais queremos evitar”, ressalta.
Vacinas são seguras
No último dia 24 de janeiro, a Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI) divulgou nota reforçando a segurança das vacinas contra a covid-19. “As vacinas utilizadas no Brasil são comprovadamente eficientes e seguras. É falso que os estudos clínicos vacinais não sejam conclusivos. Os resultados desses estudos foram aprovados por agências regulatórias de diversos países, e, portanto, elas não são experimentais”, destaca a nota da SBI.
A SBI destaca ainda que todas as vacinas em uso no Brasil foram devidamente avaliadas e aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão que atua no controle sanitário de produtos nacionais e importados, incluindo os medicamentos.
A nota reforça ainda que os imunizantes são eficazes para a redução de mortes e casos graves. “Vacinas não agem, como acreditam alguns, impedindo infecções no indivíduo. Elas estimulam o sistema imune para controlar a multiplicação do patógeno em quem se infecta e, assim, controlar os sintomas da doença bem como a possibilidade de transmissão. Assim, são um instrumento poderoso de saúde pública. O efeito protetor das vacinas em uso, depois de um ano do início da vacinação no país e no mundo, pode ser claramente comprovado pela queda vertiginosa do número de hospitalizações por casos graves e óbitos por covid-19 mesmo frente ao aumento de casos causados associados à nova variante ômicron”, diz a nota.
Esquema vacinal
O Ministério da Saúde, por meio do Plano Nacional de Imunização (PNI), tem disponibilizado quatro marcas de imunizante contra a covid-19: Coronavac, Astrazeneca, Pfizer e Janssen. As vacinas são enviadas pelo Ministério da Saúde para o Governo do Estado, que faz a distribuição aos 139 municípios tocantinenses.
Para as três primeiras, está sendo adotado o esquema vacinal de duas doses mais a dose de reforço. Sendo que, para a Coronavac, recomenda-se que a segunda dose seja aplicada 28 dias após a primeira; e a dose de reforço quatro meses após a 2ª dose. Já para as vacinas Astrazeneca e Pfizer, o intervalo entre a 1ª e a 2ª dose é de oito semanas, e o reforço também quatro meses após a segunda. O esquema vacinal da Janssen consiste em dose única, com mais uma de reforço do mesmo imunizante dois meses após.
Para os imunossuprimidos, o esquema vacinal é diferente. Pfizer e Astrazeneca são aplicadas da seguinte forma: 2ª dose, oito semanas após a 1ª dose; mais dose adicional, 28 dias após a 2ª dose; e dose de reforço quatro meses após a adicional. Os intervalos para Coronavac são os seguintes: 28 após a 1ª dose; mais dose adicional, 28 dias após a 2ª dose; e quatro meses após, toma-se a dose de reforço. Já para Janssen, recomenda-se a dose adicional dois meses após a dose única e mais uma de reforço, quatro meses após a adicional.
As gestantes acima de 18 anos só podem tomar os imunizantes da Pfizer e da Coronavac, seguindo o esquema de três doses com intervalo de 28 dias entre 1ª e 2ª dose no caso da Coronavac, e de 8 semanas entre uma e outra, no caso da Pfizer. Para ambas, a dose de reforço deve ser aplicada 5 meses após a segunda dose.
O esquema vacinal para crianças entre 5 a 11 anos e adolescentes entre 12 a 17 anos, consiste em duas doses com intervalo de 8 semanas entre uma e outra.
Na última semana, a Anvisa e o Ministério da Saúde autorizaram o uso da Coronavac para imunização de crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos, com a aplicação de duas doses, obedecendo o intervalo de 28 dias entre as doses. Crianças de 5 anos e imunocomprometidas não devem ser imunizadas com esta vacina. Nessa quarta-feira, 26, a Secretaria de Estado da Saúde promoveu uma webconferência com os municípios para orientá-los quanto à aplicação da Coronavac para o público de 6 a 17 anos. (Secom/TO)