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Estado

Foto: Flávio Cavalera

Foto: Flávio Cavalera

Com uma área de 630 km² e extensão de 172 km, o reservatório do Lago da Usina Hidrelétrica Luís Eduardo Magalhães impacta diretamente sete municípios, mas sua bacia hidrográfica evolve 32 municípios. A concessão para a geração de energia elétrica pertence à Investco e prevê gestão integrada e uso de recursos múltiplos. Retomar o projeto inicial, com melhor aproveitamento turístico e esportivo é a proposta do secretário de Cultura e Turismo, Hercy Filho, que reuniu na tarde desta quarta, 23, representantes de instituições públicas, empresas privadas e associações para discutir o alinhamento das responsabilidades sobre o lago.

“Para nós, do turismo, está mais que evidente a importância do lago, estamos em um momento propício para realizar este resgate e consolidar este projeto como política pública”, pontuou Hercy Filho ao ressaltar as ações da gestão Wanderlei Barbosa. A reunião contou com a participação da secretária Executiva Jocélia Costa, da superintendente de Turismo Maria Antônia Valadares e representantes do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), Corpo de Bombeiros (CBMTO), Capitania dos Portos do Araguaia-Tocantins (Marinha), Investco, Secretaria do Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Sociedade Amigos da Marinha (Soamar), Consórcio Intermunicipal da Bacia Hidrográfica do Médio Tocantins, Fundação do Meio Ambiente de Palmas, Agência de Turismo de Palmas (Agtur).

Os participantes falaram da atuação de suas instituições, conquistas, demandas e o que acreditam ser prioridade para efetivar o ordenamento do lago. A elaboração da Carta Náutica, para garantir a segurança do tráfego aquaviário, foi defendida pelo Capitão de Fragata Artur Roberto Quirino da Silva, que abordou também sobre importância da retirada dos paliteiros– troncos da vegetação original da área que foi alagada após a construção da Usina.

Os representantes da Investco, Joel Parizi e Walter Ohofugi Junior, informaram sobre a atuação da empresa e ressaltaram que 40% dos paliteiros do lago foram retirados antes do enchimento, sendo que a meta inicial era retirar 17%. Também defenderam ter estudos com informações que podem ser usadas para definir áreas impróprias à navegação e se colocaram a disposição para colaborar.

A questão fundiária e o microparcelamento de áreas às margens do lago, que impactam no descarte de esgoto, gerando risco ambiental foi apontada como problema urgente pelo presidente da Fundação do Meio Ambiente, Fábio Braga Chaves. “O esgoto está intrinsecamente ligado à pressão imobiliária”, disse, ao assumir compromisso propostas de controle mais efetivo.

Célio Pinheiro, da Semarh, entregou ao secretário Hercy Filho projeto de criação do Observatório do Lago, que visa reunir as informações e indicadores coletados por vários órgãos e que podem gerar indicadores específicos para a elaboração de políticas públicas efetivas. Ele citou uma pesquisa onde 94% dos entrevistados afirmaram usar o lago para o lazer, apesar de restrições como medo da poluição e de ataque de piranhas.

Outros presentes abordaram questões de segurança e a importância desta reunião para o começo de uma nova fase para o lago. “Defendemos estruturação e qualidade, para ver o aumento do fluxo turístico e a satisfação dos empresários e da comunidade”, comemorou o secretário de Cultura e Turismo.