O retorno às atividades físicas após infecção por Covid-19 é de suma importância para saúde física e mental, entretanto deve ser feito de forma ordenada para não prejudicar o paciente. Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) analisaram como o exercício físico, principalmente a atividade aeróbica, pode ser uma grande ferramenta na reabilitação dos pacientes pós-covid. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os principais danos acometem o pulmão, o coração e o sistema neurológico após a fase aguda da doença e incluir uma rotina de exercícios físicos, com intensidade adequada ao seu perfil, vai auxiliar na reabilitação.
O coordenador do Centro de Referência em Fisioterapia da região Sul de Palmas (Crefisul), Lucas Sousa da Silva, ressalta que “o exercício físico traz inúmeros benefícios para a saúde e sistema imunológico. Em casos de pacientes em recuperação da covid-19, a prática minimiza as sequelas e recupera a qualidade de vida após a infecção, já que melhora a independência do paciente, assim como a resistência cardiorrespiratória, força muscular, equilíbrio, coordenação motora, controle das comorbidades e correção da postura”.
Silva explica quando começar a atividade física e quais as orientações a serem seguidas. “É preciso esperar o fim dos sintomas e o período de isolamento, com retorno progressivo do volume e intensidade dos exercícios. Em casos mais graves com sequelas deve seguir orientação médica e acompanhamento especial de um fisioterapeuta”, disse, lembrando que no geral são exercícios aeróbicos, caminhada de 30 a 40 minutos, três vezes por semana, ou natação, hidroginástica e musculação com cargas leves.
Reabilitação
O coordenador do Crefisul destaca que as atividades devem ser acompanhadas por fisioterapeutas e profissionais de educação física, e que na unidade da região sul existe um protocolo de fisioterapia respiratória e em seguida são encaminhados para Academia Funcional na própria unidade. “Temos um fluxo prioritário para pacientes pós-covid. Nesses dois anos de pandemia recebemos de 15 a 20 pacientes pós-covid por mês, por meio do Sistema Nacional de Regulação do Sistema Único de Saúde”.
Pesquisa
Tanto a pesquisa da USP quanto a OMS afirmam que o exercício físico traz inúmeros benefícios para a saúde e sistema imunológico. Em casos de pacientes em recuperação da covid-19, a prática minimiza as sequelas e recupera a qualidade de vida após a infecção.
A pesquisa científica aponta ainda que para pacientes de baixo risco, aqueles abaixo dos 50 anos de idade, assintomáticos da doença ou com sintomas respiratórios brandos resolvidos em até sete dias não necessitam de nenhuma avaliação especial para retornarem às atividades físicas, porém isso só pode ser realizado após um período de 10 dias de doença e mais sete dias sem sintomas.
Já pacientes de risco intermediário, com comorbidades prévias, que tiveram sintomas mais prolongados, por mais de sete dias, ou sentiram dispneia ou dor torácica devem fazer uma avaliação inicial com eletrocardiograma, radiografia de tórax, bem como exames adicionais para a avaliação de patologias prévias. Caso haja alteração significativa nos exames, o paciente deve ser considerado de alto risco.
Pacientes de alto risco, aqueles que necessitaram de internação, ainda que o motivo principal não tenha sido por problemas respiratórios devem ser avaliados por especialistas como cardiologistas e, ou pneumologistas e devem realizar exames mais elaborados como ecocardiograma, teste ergométrico, laboratório completo e prova de função pulmonar de acordo com a avaliação médica. Se o paciente sentir dor no peito, falta de ar, sinais de trombose, como edema de membros inferiores, taquicardia ou dispneia precisa ser investigado mais profundamente e as atividades suspendidas até o final da investigação seguida da orientação médica.