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Opinião

Professor Nilton Marques de Oliveira

Professor Nilton Marques de Oliveira Foto: Divulgação

Foto: Divulgação Professor Nilton Marques de Oliveira Professor Nilton Marques de Oliveira

Diz a lenda que quando se completa os 30 anos as coisas começam a se transformar e ganhar novas dimensões no espaço territorial. É nessa idade que a maturidade faz sentido e muitas incertezas da vida recebem as respostas e o caminho para o crescimento e desenvolvimento. Indo nesta discussão o estado do Tocantins já é maior de idade e, tem mais de 30 anos. Assim sendo, este artigo tem o propósito de suscitar algumas transformações econômicas ocorridas nesses 34 anos de emancipação.

No dia 5 de outubro de 1988, o sonho da população do então norte goiano se consolidava, estava criado o Estado do Tocantins, o que representava o fim de uma luta histórica e o começo da realização de sonho coletivos e individuais. Em janeiro de 1989, o estado do Tocantins foi oficialmente instalado, com seus representantes eleitos, devidamente empossados, viabilizando o funcionamento do Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, oportunizando assim o funcionamento legal, político e social do novo estado.

O Estado do Tocantins passa por um processo de desenvolvimento regional, ou seja, uma transformação social, política e econômica, ao longo dos últimos 34 anos. O estado tem melhorado seus indicadores sociais na dimensão econômica, o desafio é agregar valores aos produtos do agronegócio, investindo no processamento das matérias-primas em detrimento da exportação in natura.

O último levantamento do IBGE apontou que o Produto Interno Bruto do Tocantins (PIB) de 2019 atingiu o valor de R$ 35,43 bilhões e teve um crescimento em volume de 5,2% em relação ao ano anterior. O Tocantins manteve participação de 0,5% no PIB nacional e a 24ª posição nos estados brasileiros. Entre 2018/2019 a economia do Tocantins cresceu 5,2%. Em 2020, mesmo com a pandemia da Covid-19, estima-se um crescimento de 3,5% do PIB do estado, mesmo com os setores do comércio 3,0 %, serviços -8,4% e administração pública -5,7% em queda.

Conforme o relatório da Sefaz (2019), o Tocantins contava com 11.634 empresas ativas. Desse total, 63,4% correspondem a microempresas; 21% microempreendedores individuais; 10% empresas de pequeno porte; 4,2% empresas de médio porte; e 1,3% empresas de grande porte. Pelas análises, o que está sendo determinante para este crescimento é o setor agropecuário. Em 2019, a agropecuária cresceu 31,4% e em 2020 estima-se um crescimento de 52,7%, isto representa uma transformação recente na economia do estado que deve ser aproveitada na agroindustrialização e no fornecimento de serviços tecnológicos referentes, principalmente, para as cadeiras produtivas com revelada competitividade. O desempenho comprova a representatividade do setor para a economia e um caminho claro para o futuro do Estado que é a expansão agroindustrial.

Nos últimos anos, observou-se um aumento da participação do agronegócio, este aumento se deve, também, ao aumento da tecnologia no campo, a expansão das áreas produtoras, mas limitada à capacidade de processamento dos produtos primários, ou seja, o estado ainda não consegue agregar valor de forma consistente ao produto primário do agronegócio. O Tocantins é um estado novo com o seu desenvolvimento atrelado ao modelo do agronegócio, seguido, suas condições socioeconômicas, aspectos territoriais e culturais, dentre outros. O interesse com suas transformações sociais e econômicas provoca implicações direta em seu processo de desenvolvimento regional.

*Nilton Marques de Oliveira é professor do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Ciências Econômicas da Universidade Federal do Tocantins