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Saúde

Foto: Divulgação

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Acidentes causados por aranhas podem ser comuns, porém alguns aracnídeos como Loxosceles – aranha-marrom; Phoneutria – aranha-armadeira ou macaca; Latrodectus – viúva-negra são seres de interesse médico e consequentemente de relevância em saúde pública. Há também outros grupos de aranhas que causam somente alergias e dores e que vivem nas proximidades e até mesmo em casas, como caranguejeiras e aranhas de grama ou jardim.

No Tocantins, de acordo com dados do Núcleo de Zoonoses e Animais Peçonhentos (NZAP), da Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO), no ano de 2021 foram notificados cerca de 70 casos de acidentes com aranhas dos grupos que apresentam riscos à saúde. Já em 2022 o número praticamente dobrou, chegando a mais de 130 casos contabilizados.

Além disso, conforme dados do NZAP há um crescente aumento no número de casos em relação aos acidentes com outras aranhas, grupos que não são de relevância para a saúde pública, números estes que chegam a dobrar em comparativo ao ano anterior. Em 2021 foram mais de 200 casos notificados, enquanto em 2022 até o momento foram mais de 400 casos registrados.

Devido ao aumento no número de casos a técnica da Assessoria de Zoonoses e Animais Peçonhentos da SES-TO, Lídia Alves, orienta que “em casos de acidentes com esses animais dos grupos aranha Armadeira, aranha Marrom, aranha Viúva Negra, deve-se procurar um médico para ser administrado o antiaracnídeo, soro disponibilizado pelo Ministério da Saúde mensalmente em quantidade determinada conforme a necessidade que o Estado apresenta. Atualmente, no Tocantins, não são todos os municípios que têm acesso a esse soro, apenas hospitais e pontos de referência de antivenenos”, esclarece.

Lídia orienta ainda a “sacudir roupas e sapatos antes de usá-los, pois as aranhas podem se esconder neles e picar ao serem comprimidos contra o corpo. Não pôr as mãos em buracos, sob pedras e troncos podres. Usar calçados e luvas de raspas de couro podem evitar acidentes”, diz.

A predominância das notificações em sua maioria se dá nos períodos chuvosos, fase em que estes aracnídeos abandonam seus abrigos naturais devido aos alagamentos à procura de abrigo em lugares quentes, e na maioria das vezes as residências acabam sendo o local escolhido. “Deve-se dedicar especial atenção aos quintais, pois é a primeira área de atração para aracnídeos. Manter os quintais e terrenos limpos e sem entulhos. Além de manter o quintal limpo, deve-se manter residências arejadas e iluminadas para evitar o aparecimento desses animais”, diz a técnica.

Matar os animais não é recomendado pela especialista.  "Ao matar o animal você estará retirando um predador do seu habitat natural, o que pode culminar com o aparecimento de outros animais e insetos mais perigosos e venenosos, visto que este não terá mais seu predador natural, que é a aranha”, esclareceu, acrescentando que “em casos de acidentes com animais que causam somente alergias e dores, não se preocupe, porque esse veneno não costuma causar danos ao ser humano. Apesar da picada ser dolorida, causar vermelhidão e um pouco de inchaço, os sintomas passarão logo. No entanto, na dúvida, procure um médico! A dica é capturar o aracnídeo e levá-lo com você ao hospital avaliar”.