Cerca de 50 agricultores familiares vão participar nessa quarta-feira, 18, em Catalão/GO, de um dia de campo sobre a produção de sementes agroecológicas. O evento está sendo organizado pela Embrapa Cerrados e conta com o apoio da Associação Estadual dos Pequenos Agricultores de Goiás. Duas propriedades serão visitadas pelo grupo. O objetivo é demonstrar técnicas e estratégias para a produção de sementes agroecológicas, atividade que vem sendo desenvolvida com sucesso na região.
O trabalho de produção das sementes agroecológicas começou na região em 2010 e uma de suas concepções é a dos corredores agroecológicos. A produção anual está em 250 toneladas de sementes agroecológicas que atendem mais de 20 mil agricultores familiares do estado de Goiás. São produzidas sementes de milho, feijão, arroz e plantas de cobertura (crotalária, feijão-de-porco, guandu e girassol). A maior parte é de milho (170 t), em seguida vem a produção de feijão (60 t), de arroz (10 t) e de plantas de cobertura (10 t). Antes desse trabalho, eram produzidas 10 toneladas por ha de milho e quatro de feijão.
Faixas combinadas
Os corredores agroecológicos são áreas individuais e coletivas onde faixas de cultivos alimentares são combinadas, temporal e espacialmente, com espécies de plantas de cobertura e outras de interesse local, compondo um sistema de consórcios e rotações. “Estruturadas dessa forma, as combinações de cultivos garantem a construção da fertilidade dos solos pelo aporte de matéria orgânica e exploração diferenciada de nutrientes, cuja ciclagem é promovida pelos sistemas radiculares e organismos associados, além de promover o controle biológico de infestantes, insetos e fitopatógenos”, explica o pesquisador da Embrapa Cerrados.
Ele conta que a estratégia dos ‘corredores agroecológicos’ surgiu como uma possibilidade para os agricultores familiares de Goiás garantirem a produção de alimentos e soberania alimentar ao mesmo tempo em que usam e conservam os recursos naturais, como água, solo e vegetação nativa, aproveitando satisfatoriamente os pequenos espaços que possuem para o cultivo de uma diversidade considerável de espécies. “É uma estratégia fundamental para a produção de sementes agroecológicas”, enfatiza o especialista.