A artista plástica e escritora Fabiana Goulart fará o lançamento de seu livro “Cheiro de Vó” nesta terça-feira, 28, às 19 horas, na Galeria Nila, no Espaço Cultural José Gomes Sobrinho, em Palmas. O evento de lançamento contará com a presença da artista, que fará apresentação da obra com mediação de Marquinho Rocha. A entrada é franca.
A produção literária é inspirada na história de sua vida real, vivida com a sua filha. “Tivemos que mudar de um estado para outro, quando em um dia a flagrei cheirando pedacinhos de retalhos de tecidos guardados em uma caixa. Ela cheirava os tecidos e dizia: que saudades da Vovó Linda (Linda é o nome da minha mãe)”, afirma Fabiana.
A autora lembra ainda que, a partir desse momento, percebeu que a memória olfativa era carregada de afetividade, de saudade. “Iniciei então uma pesquisa com outras crianças sobre os cheiros de suas vovós. A presença de uma personalidade tão querida por todos, em qualquer cultura e em qualquer tempo, a avó nos remete à infância e ao afeto dos vínculos familiares”, relata.
Perfil
Fabiana Goulart é mineira, formada em Artes Plásticas, mestre em Artes Visuais pela UFU, autora dos livros de imagens: "Osvaldo o peixe", "A surpresa de Osvaldo", o conto "Heloisa uma boneca diferente". Casada com Ariosvaldo e mãe de Isadora, Davi e Eduardo.
Desde muito pequena sempre gostou de observar as pessoas, a natureza e a partir da observação sensível criar histórias e desenhos. “Como arte-educadora, percebi que desenhar é o meu jeito de expressar e entender o mundo”, conclui.
Livro: "Cheiro de Vó"
Ouvi sobre vovós com aromas engraçados, que me faziam sorrir, outros carregados de emoções e saudades. As memórias olfativas são resistentes ao tempo, com sensações boas do passado que trazem pra perto, ainda que distantes, as vovós que marcaram gerações de netinhos com cheiros afetivos.
A infância é o elo forte que, por meio da linguagem poética, vai interagir com a criança e instigá-la a participar mais do mundo da leitura tanto verbal como não verbal.
Em meio as rimas, as ilustrações coloridas remetem aos cheiros das vovós e a sensações expressas nos rostinhos dos netinhos. Com muitas cores e detalhes, os desenhos mostram partes da casa, as comidas, flores e frutas do quintal e objetos, ativadores das memorias afetivas, sempre incentivando a imaginação. O processo de criação foi bem desafiador, mas valeu a pena. Foi um processo que demandou um entendimento do sentimentos das crianças em relação a sua avó, e ao mesmo tempo a sensibilidade a memória olfativa despertava na sua narrativa. O nome de cada personagem rima com aspecto diferente da sua avó, alguns são mais engraçados, outros mais afetivos. São muitos temas e linguagens diferentes, então busquei uma linguagem visual que conversasse bem com todos os netinhos.