A Secretaria da Segurança Pública do Tocantins (SSP) confirmou por meio de nota enviada à imprensa nesta quarta-feira, 1º de março, que a maioria dos homicídios registrados no Tocantins é resultado de briga entre facções criminosas. Nos dois primeiros meses deste ano foram 79 homicídios em todo o Estado, ao passo que no mesmo período de 2022 foram 61 registros do mesmo tipo – aumento de 29,5% nos meses de janeiro e fevereiro.
A maioria dos homicídios aconteceu na capital. Palmas registrou 34 mortes violentas do início do ano até ontem. No comparativo com o mesmo período de 2022, quando foram registrados nove assassinatos na cidade, o aumento foi de 277%.
A região sul da capital tem sido a mais afetada por uma onda de crimes violentos que, segundo as forças de segurança do estado, têm características de disputa entre facções. Nesta terça-feira, 28, um jovem de 21 anos foi morto a tiros na porta da própria casa no Aureny II.
A SSP informou que tem realizado trabalho contínuo de combate à criminalidade, com “ações de força-tarefa e operações especiais, a exemplo da Operação Tolerância Zero”. Na nota, a secretaria não menciona o caso específico da capital, mas cita o exemplo de Araguaína, que registrou redução no número de homicídios. “No mês de fevereiro não foi registrado homicídio em Araguaína, sendo o fevereiro mais tranquilo dos últimos seis anos”, menciona.
De fato, Araguaína teve uma queda de 22% nos dois primeiros meses deste ano. Foram registradas três ocorrências de mortes violentas. Já em 2022, no mesmo período, foram 11.
Entretanto, no comparativo entre os anos de 2022 e 2021, houve aumento de 14% no número de mortes violentas, saltando de 355 para 405 ao ano. A taxa é de 27,2 assassinatos por grupo de 100 mil habitantes. Proporcionalmente, o Tocantins é o 9º no ranking nacional, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
A tendência, ainda segundo o estudo do Fórum, é de alta da criminalidade em 2023. Segundo a SSP, para combater a onda de violência as forças de segurança têm reforçado “o atendimento em locais de crime com a designação de equipes de unidades da Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), da 1ª Divisão Especializada em Homicídios e Proteção à Pessoa (1ª DHPP) e da 1ª Divisão Especializada de Repressão a Narcóticos (1ª Denarc). Essas equipes estão atuando com início imediato às investigações e se empenhado nas diligências necessárias”.